A Liga Nacional pela Democracia, de Suu Kyi, conseguiu uma vitória folgada nas eleições de 8 de novembro, mas ela não pode ser presidente por ter parentes estrangeiros Foto: AFP
O Parlamento de Mianmar elegeu nesta terça-feira Htin Kyaw como novo presidente do país, um momento histórico, que leva ao governo o partido da veterana opositora Aung San Suu Kyi. Aos 70 anos, Htin Kyaw forma há anos parte do círculo próximo de Suu Kyi e deve assumir o cargo em 1º de abril, para se converter no primeiro presidente de Mianmar eleito democraticamente após mais de meio século de regime militar direto ou indireto.
A Liga Nacional pela Democracia, de Suu Kyi, conseguiu uma vitória folgada nas eleições de 8 de novembro, mas ela não pode ser presidente por ter parentes estrangeiros. Seu falecido esposo e os dois filhos da ativista são britânicos.
"Esta é uma vitória do povo deste país", disse Htin Kyaw em breve declaração a repórteres. A própria Suu Kyi já deixou claro que o presidente deverá seguir suas diretrizes. Ele assegurou 360 votos dos 652 do Parlamento bicameral, na sessão conjunta das duas Casas. O indicado dos militares, Myint Swe, ficou com 213 votos e será o primeiro-vice-presidente.
Suu Kyi levou o Nobel da Paz em 1991, um anos após seu partido vencer eleições, mas o resultado ser ignorado pelos militares. Ainda hoje, as Forças Armadas controlam 25% das cadeiras do Parlamento, o que permite que eles impeçam qualquer emenda à Constituição sem seu aval.