Foto: Reprodução/Nações Unidas
Doze funcionários terceirizados das forças de paz da ONU foram raptados na segunda-feira (25) por uma centena de rebeldes fortemente armados no Sudão do Sul, informou nesta quinta-feira (28) o porta-voz das Nações Unidas Stephane Dujarric, que apelou pela libertação do grupo.
"Os funcionários devem ser libertados em segurança", exigiu Dujarric.
De acordo com um membro da ONU, todos os sequestrados são sul-sudaneses e transportavam equipamentos para os soldados da missão das Nações Unidas quando foram surpreendidos pelos rebeldes.
Na segunda-feira, o grupo de cem rebeldes fortemente armados também chegou a sequestrar 18 soldados das forças de paz, que foram libertadas pouco depois, no Nilo, ao norte da cidade de Malakal.
Os ataques contra soldados de manutenção da paz poderiam constituir um crime de guerra, alertou Stéphane Dujarric.
Os rebeldes saquearam o combustível transportado pelo grupo, que está sendo mantido em Kaká. É a partir dessa cidade, perto da fronteira sudanesa, que os 18 soldados da paz foram evacuados de helicóptero para Malakal nesta quinta-feira, segundo Dujarric.
A ONU apelou ao líder rebelde Riek Machar para que "assuma a responsabilidade e mantenha seu compromisso com a Organização das Nações Unidas para que sejam libertados sem incidentes", segundo Dujarric.
O porta-voz do departamento americano de Estado, John Kirby, advertiu que "os ataques contra soldados de manutenção da paz e outros membros da ONU podem constituir crimes de guerra (...), com base na resolução 2206 do Conselho de Segurança".
O Sudão do Sul declarou independência em julho de 2011, antes de mergulhar dois anos depois em uma nova guerra em razão de conflitos políticos e étnicos, alimentada pela rivalidade entre Machar, o ex-vice-presidente, e o atual chefe de Estado, Salva Kiir.
Cerca de 12,5 mil soldados e policiais foram mobilizados pelas Nações Unidas no país mais jovem do mundo onde os combates e massacres causaram uma grave crise econômica e humanitária.