2º dia

Bruna seguiu estratégia que será usada por sua defesa: menor participação no crime

Malu Silveira
Malu Silveira
Publicado em 14/11/2014 às 9:19
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Bruna riu e provocou risadas na plateia pelo seu jeito de relatar o crime e a convivência com os outros acusados / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Bruna riu e provocou risadas na plateia pelo seu jeito de relatar o crime e a convivência com os outros acusados Foto: Guga Matos/JC Imagem

O depoimento afiado e bastante incisivo da ré Bruna Cristina, 28 anos, uma das acusadas de matar, esquartejar e comer a carne de Jéssica Camila da Silva Pereira, em maio de 2008, durante o primeiro dia do júri popular nessa quinta-feira (13), teve motivo. Segundo seu advogado, Rômulo Lyra, a acusada tinha lido partes do processo e se mostrou preparada para sustentar a tese que será apresentada hoje por sua defesa - de redução de pena por menor participação no crime. 

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"Eu não falaria frieza. O que acontece é que a Bruna não fuguiu de nenhuma pergunta. Ela me pediu o processo para que analisasse e me dissesse o que era verdade ou não", explicou Rômulo Lyra ao chegar na manhã desta sexta-feira (14) para o segundo dia de julgamento, no Fórum de Olinda, no Grande Recife. A postura da ré, segundo Lyra, ajudou a linha de raciocínio que será levada pelos advogados ao júri. "Não queríamos uma negativa de autoria. Nossa tese é mostrar aos jurados uma menor participação no crime", explicou. 

Rômulo disse ainda que sua cliente era obrigada por Jorge Beltrão e Isabel Cristina a comer a carne das vítimas.

LAUDO PSIQUIÁTRICO -  Durante o depoimento de Bruna, a acusada questionou o exame de sanidade mental feito pelo psiquiatra forense Lamartine Hollanda, uma das testemunhas ouvidas ontem pelo júri. "Eu mal sentei, já levantei. Ele perguntou o meu nome, pediu para eu falar a verdade e logo interrompeu. Me disse que não acredita em Papai Noel nem em chapeuzinho Vermelho, que eu sou uma atriz. Pensei: Meu Deus, esse homem é um psiquiatra ou um promotor?", disse. Embora não vá sustentar a tese de insanidade mental, o advogado da ré, Rômulo Lyra, também criticou a postura do psiquiatra. "Ficou claro para todo mundo que ele fugia das nossas perguntas. Ele acabou brincando com a defesa, inclusive com a promotora (Eliane Gaia) também."

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