O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada para o ensino superior para milhões de estudantes de todo o Brasil. Contudo, a ansiedade e a pressão do momento podem ser grandes vilãs, levando a falhas que vão além da falta de conteúdo.
Para driblar essas e outras adversidades, Tiago Pereira, coordenador pedagógico do 3º ano do Ensino Médio do Colégio GGE, destaca a importância de entender como funciona a prova do Enem.
"Não apenas para montar um método de estudo eficiente, já que a prova não é puramente conteudista, mas exige também a capacidade de interpretar, relacionar informações e aplicar conhecimentos em situações do dia a dia", explica.
Ele afirma que é essencial compreender o formato e o tempo de realização, já que se trata de uma prova bastante extensa. "Conhecer o estilo das questões, que são sempre contextualizadas e interdisciplinares, observar a distribuição dos conteúdos para organizar os estudos de forma equilibrada e reconhecer o peso da redação, que pode ser decisivo no resultado final", acrescenta.
Os estudantes enfrentam não apenas a pressão na hora de responder as provas, mas também questões emocionais e logísticas - que podem impactar diretamente no desempenho. "Ansiedade, nervosismo, pressão e cansaço mental influenciam a concentração e a gestão do tempo durante o exame", exemplifica o coordenador.
Em relação aos desafios logísticos, Tiago elenca o horário como um dos fatores que costumam gerar tensão antes da prova. "Por isso, é importante que o candidato saia de casa com antecedência e conheça previamente o trajeto até o local, garantindo uma chegada tranquila", orienta.
O coordenador também recomenda a organização do material com antecedência e o cuidado com a alimentação - tanto antes quanto no dia da prova -, medidas essenciais que influenciam significativamente o rendimento. E ressalta que a falta de preparação consistente e de foco nos estudos é um erro comum que antecede a prova.
“Esses cuidados são essenciais para garantir um bom desempenho no dia do exame”, destaca.
Na hora da prova, os estudantes podem correr riscos que comprometem a tão sonhada aprovação. Entre os mais comuns, Tiago destaca a má gestão do tempo.
"Embora pareça um clichê, muitos candidatos se perdem no ritmo, não conseguem finalizar todas as questões e acabam 'chutando' respostas. Para evitar isso, é recomendável iniciar pelas questões mais fáceis e dos conteúdos com maior afinidade, deixando as mais complexas para o final", explica.
Ele afirma que o ideal é reservar pelo menos 1h30 para as questões mais difíceis e garantir 30 minutos finais apenas para a marcação do gabarito com tranquilidade, dessa forma, evitando erros por descuido.
Esse cuidado, inclusive, garante pontos relevantes dentro da TRI (Teoria de Resposta ao Item), de acordo com Tiago: “Deixar as questões mais difíceis para o final é a melhor escolha, já que, se faltar tempo, o prejuízo será menor. Afinal, pela TRI, uma questão difícil só vale pontos se o candidato também acertar as fáceis e médias daquela área”.
Outros erros recorrentes elencados pelo coordenador são os problemas de interpretação e a falta de atenção. "Ler rápido demais, não perceber exatamente o que o enunciado pede ou se confundir com alternativas semelhantes pode resultar em perder pontos em questões cujo conteúdo o candidato dominava, mas acabou errando por descuido."
"Nos minutos iniciais da prova, uma boa estratégia é fazer uma leitura rápida do exame e começar pela área de maior afinidade. Respirar lentamente ajuda a reduzir a ansiedade, enquanto ler com calma as primeiras questões contribui para ganhar confiança. Criar um ritual e manter um ritmo de marcação - como grifar palavras-chave - também auxilia na concentração e no bom andamento da prova", orienta Tiago.
Na redação, um erro pode ser fatal para o estudante: a fuga ao tema, pois resulta em nota zero automaticamente. "Já a estrutura inadequada não leva à anulação da redação, mas é um erro sério que reduz significativamente a nota", acrescenta o coordenador.
Ele recomenda a leitura de repertórios e o treino de redações simulando o tempo real de prova para desenvolver rapidez na organização das ideias, sem comprometer a estrutura. "Além disso, exercitar a leitura atenta dos textos motivadores e do comando da proposta é fundamental para compreender exatamente o que está sendo solicitado."
No dia da prova de redação, o estudante tem 5h30 para responder às questões de Linguagens, Ciências Humanas e produzir o texto. O coordenador afirma que o ideal é dedicar 50 min a 1h10 para finalização da redação, sendo o tempo gasto por etapa:
Para o dia anterior ao Enem, Tiago recomenda uma programação mais relaxante. "Leia um livro, vá ao cinema, à praia, converse com os amigos, passe o dia com a família. Fazer algo que gosta é importante para tranquilizar-se antes da prova", finaliza.
Neste ano, a aplicação do Enem acontece nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil, exceto para os residentes em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, que farão o teste nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.