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Faça login ou cadastre-seKim Jong-nam, filho mais velho do falecido líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, foi supostamente envenenado na segunda-feira (13) por duas mulheres no aeroporto de Kuala Lumpur, com um método que recorda o período da Guerra Fria. Foto: AFP
O assassinato do meio-irmão do dirigente norte-coreano Kim Jong-un demonstra "a brutalidade e a natureza desumana do regime" de Pyongyang, afirmou nesta quarta-feira (15) a Coreia do Sul, um dia depois do anúncio do misterioso crime na Malásia. Kim Jong-nam, filho mais velho do falecido líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, foi supostamente envenenado na segunda-feira (13) por duas mulheres no aeroporto de Kuala Lumpur, com um método que recorda o período da Guerra Fria.
De acordo com a imprensa, o homem de 45 anos foi atacado com agulhas envenenadas. Outras fontes afirmaram que ele foi atingido por um líquido no rosto. "O homem disse na área de desembarque que alguém havia furado o seu rosto por trás e que foi atingido por um líquido", afirmou o chefe de polícia do estado de Selangor, Fadzil Ahmat, ao jornal malaio The Star.
"Pediu ajuda e foi levado imediatamente para a clínica do aeroporto. Ele disse que estava com dor de cabeça e parecia a ponto de desmaiar", completou. "Na clínica sofreu uma crise cardíaca. Ele foi colocado em uma ambulância, mas o falecimento foi confirmado no caminho para o hospital de Putrajaya", disse o chefe de polícia. A polícia da Malásia anunciou que uma autópsia será realizada, mas não divulgou uma data para os resultados.
A imprensa sul-coreana informou que as duas mulheres utilizaram agulhas envenenadas. Depois do crime, elas fugiram em um táxi. O ministério sul-coreano da Unificação confirmou que a vítima era efetivamente Kim Jong-nam, que chegou a ser considerado por algum tempo um possível sucessor do pai, antes de cair em desgraça em 2001.
Partidário de reformas no país e crítico do modelo de sucessão dinástica do poder, Kim Jong-nam vivia de fato no exílio. "Se for confirmado, o assassinato de Kim Jong-nam seria um exemplo que demonstraria a brutalidade e a natureza desumana do regime norte-coreano", afirmou o presidente sul-coreano interino, Hwang Kyo-ahn. "Nós levamos este caso muito a sério e estamos observando o Norte", completou o presidente interino em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional (NSC).
Kim Jong-Nam é o nome de maior escalão assassinado sob o regime de Kim Jong-Un desde a execução do tio do líder, Jang Song-Thaek, na Coreia do Norte, em dezembro de 2013.
Kim Jong-Un tem tentado fortalecer seu poder diante da crescente pressão internacional sobre o país por seu programa de mísseis. O lançamento de teste mais recente, na semana passada, foi condenado pelo Conselho de Segurança da ONU.
A imprensa da Coreia do Sul informou que Kim Jong-nam viajava com um passaporte falso, com o nome de Kim Chol.
Ex-chefe de contraespionagem da polícia secreta do regime, entre outros cargos estratégicos, Kim Jong-nam caiu em desgraça em 2001, quando protagonizou um incidente constrangedor para o regime comunista ao tentar, sem sucesso, viajar ao Japão com um passaporte falso para visitar a Disneyland.
Desde então viveu exilado, principalmente em Macau, uma região dependente da China e ex-colônia portuguesa.
Cheong Seong-Jang, pesquisador sênior do think tank Sejong Institute de Seul, disse que é pouco provável que Kim Jong-Un encarasse o meio-irmão como uma potencial ameaça ao seu poder em Pyongyang.
"Mas se Jong-Nam cometeu um ato para prejudicar a autoridade de Jong-Un, acho que é possível que o Escritório Geral de Reconhecimento (serviço de inteligência norte-coreano) tenha realizado diretamente o assassinato sob as ordens de Jong-un, uma vez que ele era o responsável por observar Jong-nam de perto", acrescentou. Esta não foi a primeira tentativa de ataque contra Kim Jong-nam. Em outubro de 2012, promotores sul-coreanos informaram que um norte-coreano detido como espião admitiu ter participado de um complô para encenar um acidente de carro na China em 2010 que teria como alvo o meio-irmão do dirigente norte-coreano.
Em 2012, o jornal russo Argumenty i Fakty informou que Kim Jong-nam estava com problemas financeiros depois de ter sido desvinculado da sucessão no Estado stalinista por ter criticado sua política de sucessão. Ele foi expulso de um hotel de luxo em Macau por uma dívida de 15.000 dólares. Educado na Suíça, poliglota, Kim Jong-nam nasceu do relacionamento extraconjugal de seu pai com Sung Hae-rim, uma atriz nascida na Coreia do Sul que morreu em Moscou.