Agreste

Trio de canibais é acusado de mais dois assassinatos em Garanhuns

Malu Silveira
Malu Silveira
Publicado em 11/11/2014 às 13:52
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Restos mortais das duas vítimas foram enterrados meses após a morte delas / Foto: Wenyson Aubiérgio/Acervo JC Imagem

Restos mortais das duas vítimas foram enterrados meses após a morte delas Foto: Wenyson Aubiérgio/Acervo JC Imagem

O caso do trio acusado de canibalismo veio à tona em abril de 2012, no município de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, quando a polícia encontrou na casa dos réus - Jorge Negromonte, 52 anos; Isabel Cristina, 53; e Bruna Cristina, 28 -, os restos mortais de duas mulheres desaparecidas na época.

A Polícia Civil encontrou na manhã do dia 11 de abril no quintal da residência do trio, no bairro da Liberdade, os restos mortais, principalmente ossos, de Giselly Helena da Silva, 21 anos, conhecida como "Geisa dos Panfletos" - desaparecida desde o dia 25 de fevereiro daquele ano - e Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, que estava desaparecida desde o dia 12 de março de 2012.

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O modo como foram mortas e enterradas chocou até mesmo a equipe que esteve à frente das primeiras investigações. "O estado dos corpos é algo indescritível. Antes de serem enterradas, elas foram cortadas em pedaços e colocadas numa cova com cerca de um metro e meio de profundidade. Uma das jovens foi enterrada, inclusive, com a própria Certidão de Nascimento", disse, à época, o delegado Wesley Fernandes.

Alexandra e Giselly foram as duas vítimas

Alexandra e Giselly foram as duas vítimasFoto: Arquivo

Compras no cartão de crédito de uma das desaparecidas foi o que levou a polícia ao trio. Mesmo desaparecida, Giselly Helena estaria fazendo compras em lojas da cidade, usando seu cartão de crédito. As faturas continuavam chegando na residência dos pais da vítima, que imediamente comunicaram o fato incomum às autoridades.

Com essa informação, a polícia conseguiu identificar - através das gravações do circuito de monitoramento interno dos estabelecimentos apontados - os envolvidos. Ao serem autuados ainda na residência, os acusados negaram qualquer participação no crime, mas, já na delegacia, Isabel Cristina confessou que, além de utilizar os cartões de crédito de uma das vítimas, eles haviam esquartejado as jovens e enterrado os corpos no quintal da casa.

Jorge Beltrão e as duas mulheres foram presos após a investigação sobre a morte de Alexandra e Giselly

Jorge Beltrão e as duas mulheres foram presos após a investigação sobre a morte de Alexandra e Giselly Foto: Wenyson Aubiérgio/Acervo JC Imagem

O que mais chamou atenção no caso é que os três confessaram, apesar de voltarem atrás nos depoimentos por diversas vezes, que usavam a carne das vítimas para rechear salgados - entre coxinhas, risoles e empadas - que eram vendidos pela cidade. “Depois que eles esquartejavam, a carne era congelada, desfiada e também utilizada para alimentar a família, inclusive dando partes dos corpos para a criança que morava com o trio.

Além disso, segundo Isabel, a parte preferida era o coração das vítimas. Mas nada sobrava. Eles também usavam o fígado e os músculos das pernas que eram fervidos e ingeridos, numa espécie de ritual macabro”, contou Fernandes durante as primeiras investigações. O processo corre em segredo de Justiça.

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