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Jaboatão monitora pontos de desova de tartarugas marinhas

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 24/02/2015 às 21:08
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As equipes identificam os locais e os isolam para evitar danos ao processo de reprodução  / Foto: Divulgação

As equipes identificam os locais e os isolam para evitar danos ao processo de reprodução Foto: Divulgação

A Secretaria executiva de Meio Ambiente e Gestão Urbana  de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), realiza um trabalho de monitoramento em toda a orla do município durante o período de desova das tartarugas marinhas. Áreas onde as fêmeas põem os ovos são identificadas e isoladas para evitar danos aos ninhos.

O período de desova das tartarugas corresponde aos meses de setembro a março. A ação da secretaria visa garantir que o processo seja realizado até o nascimento dos filhotes. O período de eclosão dos ovos varia entre 45 a 70 dias depois da postura.

Nessa segunda-feira (23), foi localizado um ponto de desova de uma tartaruga da espécie "pente". Cerca de 130 ovos foram encontrados na praia de Piedade, na altura do Hotel Golden Beach. A área foi sinalizada para evitar que as pessoas interfiram no lugar.
A secretaria lembra que destruir ou danificar os ninhos configura crime ambiental

A secretaria lembra que destruir ou danificar os ninhos configura crime ambiental Foto: Divulgação


Além dessas ações, durante os fins de semana uma equipe percorre as praias com folhetos explicativos com conteúdo para conscientizar moradores, turistas e banhistas. As peças explicam o que as pessoas devem fazer no caso de encontrar o animal na orla.

A secretaria informa que as tartarugas preferem por os ovos no horário da noite, pois a areia está mais fria. As espécies mais recorrentes na orla de Jaboatão são:  Cabeçuda, Pente, Verde e Oliva.

DIFICULDADES - A maior dificuldade que a secretaria aponta está relacionada ao momento em que as tartarugas saem do mar em direção à areia. “As pessoas tiram foto, fazem barulho, tentam ajudá-las a cavar ou até mesmo devolvê-las pro mar. Isso as leva a procurar outros lugares para desovar. É preciso deixá-las realizar o processo, que muitas vezes dura horas”, alerta o chefe de núcleo de defesa dos animais, Adriano Artoni.

O ambientalista explica ainda que as tartarugas voltam para desovar no lugar onde nasceram: “É importante a preservação das espécies e fazer com que elas voltem ao seu lugar de origem. É preciso ter cuidado sempre”, pontuou.

CRIME E NOTIFICAÇÃO - De acordo com a Lei Federal 9.605, é proibido destruir ou danificar ninhos de tartaruga, o que configura é crime.  Dependendo do caso, a multa pode chegar a R$ 5 mil. Para quem presenciar uma tartaruga desovando ou saber de qualquer informação sobre os ninhos, a dica é entrar em contato diretamente com a chefia de núcleo de defesa dos animais, pelos fones 9477-8889/8600-2315/9237-1682.

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