Fernando de Noronha

Aberta temporada reprodutiva das tartarugas-verdes em Noronha

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 12/01/2015 às 17:58
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Estudo que acontece na ilha vai contribuir para entender a biologia dos machos / Foto: Divulgação/Tamar

Estudo que acontece na ilha vai contribuir para entender a biologia dos machos Foto: Divulgação/Tamar

O arquipélado pernambucano de Fernando de Noronha, um dos destinos mais desejados no Brasil e no mundo, não atrai apenas os turistas, o local também é berço para uma das criaturas mais pré-históricas do planeta, as tartarugas-verdes (Chelonia mydas).

Enquanto ao longo da costa brasileira as desovas das tartarugas já estão a todo vapor, onde a temporada reprodutiva se estende de setembro a março, nas ilhas oceânicas elas ocorrem de dezembro a maio, e estão apenas começando. As tartarugas-verdes desovam quase que exclusivamente nas ilhas oceânicas, de Trindade no Espirito Santo, Atol das Rocas no Rio Grande do Norte e Fernando de Noronha em Pernambuco.

Estas exímias navegadoras de vida secular podem se dispersar pelos oceanos, mas voltam sempre para a segurança das areias onde nasceram, porto seguro que garante a sobrevivência de seus descendentes. E mais uma vez o espetáculo da natureza se repete: tartarugas-verdes adultas começam a ser avistadas no arquipélago de Fernando de Noronha.

ACASALAMENTO - O acasalamento das tartarugas no entorno do arquipélago tem chamado atenção de turistas, moradores e mergulhadores, que desde o início de dezembro têm comunicado ao Projeto Tamar o testemunho desse momento íntimo.

O namoro das tartarugas acontece dentro d'água, geralmente com vários machos disputando a oportunidade de passar seus genes para frente. No dia 23 de dezembro, os pesquisadores do Tamar capturaram para marcação o primeiro macho de tartaruga-verde da temporada 2014/2015, nas águas da praia do Leão, em Fernando de Noronha.

O animal foi capturado a dez metros de profundidade e foram necessários três mergulhadores em apnéia para contê-lo e trazer até a superfície. Com 109 cm de comprimento de casco, pode ser considerado um animal grande, já que os machos são geralmente menores que as fêmeas, explica o biólogo coordenador do Tamar em Pernambuco e Rio Grande do Norte, Armando J.B. Santos.

As fêmeas voltam para desovar a cada três anos, mas os machos parecem voltar a cada ano, já que os custos energéticos para a reprodução são bem menores. O estudo que acontece nas águas da ilha vai contribuir para entender um pouco mais sobre a biologia dos machos, pois estes não saem da água como as fêmeas, que necessitam subir às praias para desovar.

As cinco desovas registradas até o momento em Noronha são o prelúdio de uma temporada bastante movimentada, já que a média em dezembro para as últimas quatro temporadas foi de dois ninhos.

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