Número alto de mortes em pouco tempo apresenta um perigo para o atual período de desova Foto: Adriano Artoni/ divulgação
Em uma semana oito tartarugas apareceram mortas do Litoral Norte ao Litoral Sul de Pernambuco. Os casos foram registrados no período de 27 de agosto a 4 de setembro nas praias de Porto de Galinhas, Candeias, Piedade, Boa Viagem, Olinda, Janga, Pau Amarelo e Maria Farinha. As ocorrências deixaram os órgãos ambientais em alerta, pois o mês de setembro marca o início das desovas das tartarugas.
As causas das mortes foram de ingestão de plástico, afogamento por rede de pesca, atropelamento por embarcações de lazer e morte natural por asfixia. As espécies vítimas foram a cabeçuda, pente e verde.
“Muitas dessas tartarugas morrem em alto-mar e são arrastadas para as praias”, explica o ambientalista e chefe do núcleo da Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Saneamento (Semahs), Adriano Artoni. Ele aponta o lixo jogado no mar como grande vilão da espécie, mas alerta que nesse período de desova as redes de pescas contribuem para as mortes.
“Os pescadores precisam monitorar as redes para verem se alguma tartaruga ficou presa. O que acontece é que muitos, por medo de perder os peixes, preferem decepar a cabeça da tartaruga para soltar sem precisar danificar a rede”, conclui. O município de Olinda é o local onde foram registrados o maior número de redes de contenção de pesca.
Artoni também pediu a contribuição da população. "Se for presenciada uma tartaruga viva na praia não tenta devolvê-la ao mar, pois ela está no local para reprodução; e também avise aos órgãos de monitoria sobre as desovas para que os ninhos sejam demarcados e cercados com fita zebrada".
As praias com a maior ocorrência de desovas são as de Jaboatão (Piedade, Candeias e Barra de Jangada) e as de Paulista (Pau Amarela, Janga e Maria Farinha), com 17 a 20 posturas de ovos em cada localidade. De Piedade a Barra de Jangada foram registrados 53 pontos de desovas.
