Chega ao fim rebelião no Complexo Prisional do Curado, anuncia juiz

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Chega ao fim rebelião no Complexo Prisional do Curado, anuncia juiz

Benira Maia
Publicado em 21/01/2015 às 19:57
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Foto: Edmar Melo/JC Imagem | Arte: NE10

"Graças a Deus a gente vai devolver a paz aqui no Complexo do Curado, foi uma negociação particularmente difícil aqui no PFDB, mas houve a compreensão com algumas questões que eram cobradas. A atividade foi de parceria com a Polícia Militar, Batalhão de Choque, Secretaria Justiça e não uma resolução só minha", informou o juiz Luiz Rocha.

O clima tenso no Complexo Prisional do Curado teve início na segunda-feira (19) com motins e muita violência nos três presídios. No primeiro dia foi registrada a morte um sargento a Polícia Militar e de um detento. No segundo dia um segundo preso foi morto por esquartejamento. Os rebelados pediam a saída do juiz Luiz Rocha, acusado pelos presos de não ser hábil no julgamento dos processos de progressão de pena e transferências. Os detentos também exigiam melhores condições de convivência dentro das unidades e garantias de que seus familiares seriam melhor tratados em dias de visita.

Questionado sobre a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Pernambuco (OAB-PE) que decidiu entrar com representação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), pedindo providências disciplinares em relação ao seu trabalho, o juiz Luiz Rocha se disse surpreso e que ficou sabendo da situação pela TV, enquanto negociava o fim da rebelião com os presos.

"Eu me sentiria muito mais feliz se a OAB tivesse designado 20 advogados para fazer uma parceira conosco, ou se o doutor Pedro Henrique (presidente da Ordem) tivesse vindo aqui para poder ver de fato o que é e, aí sim, tomar medidas, mas espero que da próxima vez o pessoal da OBA venha se informar primeiro do que está acontecendo", rebateu o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais.

BARRETO CAMPELO - Nessa terça-feira (20), também foi registrada uma rebelião na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, Grande Recife. Detentos exibiram faixas pedindo mais rapidez no julgamento de processos. De acordo com a Secretaria de Justiça, 27 reeducandos ficaram feridos, 24 deles receberam atendimento médico na unidade e três foram encaminhados aos hospitais Miguel Arraes e Restauração, além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Nenhum corre risco de morte e o estado de saúde é estável. O motim na unidade também foi encerrado na noite desta quarta-feira (21).

SISTEMA EM CRISE - Nos primeiros dias de janeiro, o novo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, enfrentou a primeira crise no caótico sistema prisional do Estado. Em apenas quatro meses e uma semana como secretário de ressocialização, Humberto Inojosa renunciou ao cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM Eden Vespaziano. Na ocasião, o  secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou também um pacote de medidas.

A promessa mais ousada foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais, feita três dias depois da Rede Globo divulgar flagrantes registrados no Complexo do Curado.  O sistema prisional do Estado é proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Hoje, existem cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil deles. 

No Complexo do Curado, uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e por pouco detentos não conseguiram fugir por um túnel. A Globo divulgou imagens de presos circulando com facões e celulares, sem serem importunados, no complexo, a maior unidade do Estado. No último dia 7, o Batalhão de Choque foi ao local e fez uma varredura, encontrando cerca de 40 armas e celulares.

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