Tensão

Secretário de Justiça afirma que Estado não será conivente com rebeliões

Gustavo Belarmino
Gustavo Belarmino
Publicado em 20/01/2015 às 19:33
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Apesar de negociar com detentos, Governo diz que poderá usar a força caso motins não cessem / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Apesar de negociar com detentos, Governo diz que poderá usar a força caso motins não cessem Foto: Guga Matos/JC Imagem

"Nós não vamos admitir que o Sistema Prisional de Pernambuco se torne símbolo de barbárie, de violência, como tem acontecido em outros estados, a exemplo do Presídio de Pedrinhas (no Maranhão)". A frase é do titular da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos de Pernambuco (SJCDH), Pedro Eurico, durante entrevista coletiva na sede da vice-governadoria do Estado, na tarde desta terça-feira (20).

"Quem é governo tem que estar sempre aberto a negociações. Ai daquele que for governo e não estiver pronto para negociar, para dar assistência, ou estender a mão. Mas isso não quer dizer que isso vá implicar em tibieza ou falta de coragem. Nós vamos manter a ordem com tranquilidade", comentou Pedro Eurico que completou dizendo que não pretende usar da força contra os presos das unidades prisionais, mas que se for preciso os batalhões especiais farão seu trabalho.

Não interessa tirar todos os telefones porque isso serve de sistema de informação, de inteligênciaPedro Eurico
A afirmação do representante do Governo do Estado dá o tom de como as autoridades deverão tratar os motins que têm deixado o clima tenso na Grande Recife desde essa segunda-feira (19). A rebelião, iniciada ontem no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife, deixou três mortos e 30 feridos. A mesma ainda não foi totalmente controlada até a noite desta terça. Já os detentos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, no Litoral Norte do Estado, fizeram um motim nesta terça (20). Cerca de 100 detentos subiram nos telhados dos seis pavilhões da unidade e exibiram faixas e cartazes pedindo que a Justiça seja mais ágil e julgue os processos.

Presos ao celular não são mais

Presos ao celular não são mais "novidade"Foto: Edmar Melo/JC Imagem

Questionado sobre novos flagrantes de presos usando armas brancas e celulares, o titular da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos de Pernambuco disse que serão reforçadas as revistas periódicas nas unidades prisionais afim de apreender materiais ilícitos. No entanto, afirmou que, no caso dos celulares, o uso de bloqueadores de sinal telefônico se tornou inadequado por causar transtornos à vizinhança. "Muitas vezes também não interessa tirar todos os telefones porque isso serve de sistema de informação, de inteligência. Nós temos que ser hábeis nisso. Isso não é nenhum segredo de 007, isso é uma coisa pública que todo mundo sabe", comentou Pedro Eurico.

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