Fitch espera que o PIB do País registre aceleração de 0,7% em 2017, depois de retração de 3,3% este ano Foto: Reprodução
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De acordo com ele, este ano, assim como 2015, está sendo difícil, principalmente, sob o ponto de vista de provisões que tiveram de ser elevadas em meio ao aumento de pedidos de recuperação judicial por parte das empresas. A Fitch espera, segundo ele, que o índice de inadimplência no Brasil encerre o ano em 4,2% e em 2017 chegue a 4,8%.
Nascimento lembrou ainda que o cenário atual no Brasil levou ao aumento de renegociações e reestruturações de dívidas que bateram recorde, levantando uma discussão se isso mascara ou não o endividamento e a qualidade de ativos dos bancos.
Segundo Galina, apesar da resiliência que o setor bancário tem mostrado a despeito da crise no País, entre 85% e 87% dos bancos acompanhados pela Fitch têm perspectiva negativa. "Isso não significa que os bancos, o sistema financeiro corra risco sistêmico", acrescentou.
Projeções
A Fitch espera que o PIB brasileiro registre aceleração de 0,7% em 2017, depois de retração de 3,3% este ano. Para a taxa de desemprego, a projeção da agência de rating é de elevação para 10,8%, de 8,8% em 2016; a inflação, de acordo com as estimativas, deve variar para baixo, à taxa de 6,4%, de 8,6% em 2016.
Rafael Guedes, diretor executivo da Fitch, disse que o anúncio da nova equipe econômica foi positivo e bem recebida e ainda que, após o impeachment, os sinais positivos ficaram mais claros Guedes pontuou também que a balança comercial está contribuindo para o desempenho melhor da economia. Entretanto, ponderou que existem ainda desafios.
"Anúncios são positivos, mas estamos no início das tarefas", afirmou. Entre as tarefas inacabadas do novo governo, Guedes citou o ajuste fiscal, destacando que o comprometimento do novo governo com as propostas do teto de gastos e reforma da Previdência deve reforçar a confiança dos investidores, atraindo, dessa forma, o capital estrangeiro.
O executivo da Fitch comentou que existem ainda detalhes sobre a reforma previdenciária que precisam ser conhecidos e que a dinâmica do Congresso pode gerar diluição e modificações na consolidação fiscal. Guedes citou também a Lava Jato, como outra tarefa inacabada e que continua produzindo incerteza no País. "A reconstrução da credibilidade dependerá do atingimento das metas propostas", afirmou.
Guedes pontuou ainda que o Brasil, classificado como BB pela Fitch, tem rating inferior ao do Azerbaijão e superior ao de Bangladesh e ainda no mesmo nível de rating da Croácia, Guatemala, Macedônia e Paraguai.