A Fitch reduziu a nota brasileira, perdendo o grau de investimento, selo considerado de bom pagador Foto: Reprodução
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Segundo comunicado da agência, o rebaixamento reflete a contração econômica “mais profunda do que o antecipado”. A Fitch cita o fracasso do governo em estabilizar as perspectivas para as finanças públicas, o continuado impasse legislativo e incerteza política elevada, que estão “minando a confiança doméstica e a governabilidade, bem como a eficácia das políticas”.
Com a nota BB, o Brasil volta ao patamar de classificação de risco que tinha em 2006. A Fitch, em dezembro, previa que o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) brasileiro teria contração de 2,5% em 2016 e crescimento de 1,2% em 2017. Agora, a agência estima queda de 3,8% este ano e alta de 0,5% no próximo.
A Fitch, no entanto, fez algumas previsões favoráveis. Para a agência, a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, “vai evitar uma aterrissagem difícil e será capaz de administrar uma desaceleração gradual, oferecendo uma alta limitada dos preços das commodities (bens primários com cotação internacional)". A nota mencionou ainda a Argentina, principal destino dos produtos industrializados brasileiros. Para a Fitch, a performance econômica do país vizinho tende a melhorar moderadamente.
A agência fez referência também ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “A Fitch acredita que qualquer transição política para um novo governo durante o processo de impeachment será suave e pacífica”, diz o comunicado.
Procurado, o Ministério da Fazenda informou que não comentará a decisão da agência de classificação de risco.