Dicas de segurança

Saiba como se proteger em caso de tiroteio

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 28/09/2015 às 17:57
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Tipo de munição pode influenciar nas medidas que as pessoas devem tomar para se proteger / Foto: Free Images

Tipo de munição pode influenciar nas medidas que as pessoas devem tomar para se proteger Foto: Free Images

O número de casos de vítimas de bala perdida alerta para o risco de se estar em uma situação de fogo cruzado entre bandidos ou entre a polícia e criminosos. O Portal NE10 consultou especialistas em segurança, que deram dicas de como se deve proceder numa situação como essa. Confira a seguir: 

De acordo com o chefe de Comunicação Social da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro, é fundamental procurar locais seguros, como muretas ou paredes, para se proteger. Materiais de concreto como postes, muros, bancos e paredes são mais seguros. Correr não é indicado; o ideal é deitar no chão e proteger a cabeça com as mãos para evitar que estilhaços a atinjam.
 
Em ambientes fechados, a orientação é se deitar o mais rápido possível e procurar rolar ou rastejar para atrás de objetos que ofereçam proteção, como uma mesa com tampo reforçado, um guarda-roupa de madeira maciço, banheiras de ferro, entre outros. Não é interessante ficar próximo a vidros e janelas, pois podem quebrar, machucar e até matar a pessoa.
 
Já em locais abertos, a dica é procurar se agachar e se proteger atrás de um veículo, principalmente próximo às rodas, que são feitas de ferro mais resistente. As dianteiras fazem blindagem melhor, já que é onde fica o motor. É importante não ficar próximo ao tanque de gasolina - há risco de combustão. Postes, paredes e abrigo no prédio ou casa mais próximos também são opções.
 
Só se deve sair do abrigo quando tiver certeza de que o perigo acabou, pois a curiosidade pode acabar sendo fatal.
 

MUNIÇÕES - De acordo com o consultor em segurança da empresa Kadima coronel Goulart, a balística influencia nas medidas que uma pessoa deve tomar em um momento de tiroteio. Se a munição é de ponta oca (hollow point), ela tem o poder de parada maior. Se é de ponta ogival (pontiaguda), o poder de penetração, de ultrapassar o alvo e atingir outra pessoa, é maior.
 
"Há uma briga na rua, alguém puxa uma arma e atira a esmo. Se [a munição] for de ponta oca e pegar na parede de madeira [de uma casa], é muito pouco provável que ela passe. Já se for de ogiva, pode perfurar a madeira da casa e atingir pessoas inocentes lá dentro", exemplifica.
 
Já as armas de grosso calibre, como fuzis AK47 ou FAL, são de uso das Forças Armadas e possuem alto poder de perfuração. "Em Pernambuco, não é comum as quadrilhas utilizarem [esde tipo de armamento], mas, no Rio de Janeiro, é frequente", explica. Ainda segundo Goulart, esse tipo de munição é de alto poder ofensivo e consegue perfurar vidros de blindagens, coletes de proteção de policiais, entre outros. "São armas chamadas antiaéreas porque têm a capacidade de derrubar aviões", afirma.

 
"Se a pessoa está dentro de uma casa de madeira e existe confronto de quadrilhas utilizando fuzil do lado de fora, se proteger atrás das paredes de madeira, de uma geladeira, não vai ser eficiente. A pessoa deve se deitar e tentar se abrigar", afirma coronel Goulart.
 
Porém o consultor de segurança ressalta que essas regras são gerais e cada situação vai demandar uma resposta específica. "A pessoa vai precisar avaliar o poder ofensivo do que está acontecendo", diz.

O major Júlio Aragão, porta-voz da Polícia Militar, recomenda que a pessoa tenha uma lista de emergência disponível para contatar pessoas próximas. A PM pode ser acionada através do 190 (Ciods).

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