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Faça login ou cadastre-seA jornalista Anna Tiago decidiu marcar a pele com seu amor por Olinda no fim de 2015. Natural da cidade mundialmente conhecida por seu Carnaval nas ladeiras, ela sempre amou ter nascido lá. “Quando me perguntam de onde eu sou, sempre digo ‘de Olinda, nascida e criada’. É um orgulho que nem sei explicar. Minha ligação com a cidade é de berço mesmo. Nasci no Bairro Novo, cresci correndo pelas ruas de Jardim Atlântico e ouvindo as histórias da minha avó sobre a Rua do Farol”, relembra Anna, citando os locais olindenses com os quais tem maior vínculo.
Após 27 anos morando na cidade, no início deste ano ela precisou se mudar para a capital pernambucana, mas a saudade de Olinda é amenizada com a imagem o tempo inteiro em sua perna direita.
“É em Olinda que me sinto em casa e em paz. Por mim, não arredava o pé. Mas, como eu sei que, em certos momentos, é necessário criar asas e se afastar um pouquinho das limitações da minha cidade natal, resolvi carregá-la comigo pra onde quer que eu vá, pra que eu não esqueça, em momento algum, minhas origens. É por isso que Olinda hoje tá cravada na pele, além do coração”, poetiza a jornalista.
O trabalho feito na pele de Anna foi criação do tatuador Nando Zevê, que possui estúdio no Pina, Zona Sul do Recife, e está há 11 anos no ramo. Ele conta que já fez diversos trabalhos que homenageiam as duas cidades. “Em geral, aqueles que tatuam esse tema são fanáticos pela nossa cultura popular, pela arquitetura e cores de nossas cidades. Muitos dos clientes que tatuei também moram longe da nossa terra, e por isso fazem esse tipo de homenagem para se sentirem um pouquinho mais pertos daqui”, conta.
Ele próprio tem na pele um símbolo da natureza local, o chié. “Aquele caranguejinho pequeno que fica no mangue, essa tattoo pra mim faz uma ligação com o manguebeat”, comenta ao lembrar de Chico Science, artista que fez parte da criação do movimento musical e tem seu retrato desenhado na pele de muitos clientes de Nando.
Entre os desenhos que já fez, Nando destaca a arquitetura histórica de Olinda, com as casinhas, a igreja e o farol, e o Marco Zero do Recife.
“As homenagens mais frequentes são feitas com os personagens e símbolos do nosso Carnaval, como o Homem da Meia-Noite, caboclos de lança, sombrinhas de frevo e por aí vai. Tem gente que gosta de algo mais minimalista, que já me procurou para tatuar as coordenadas geográficas do Recife Antigo e do Sítio Histórico de Olinda”, diz.