Ambientada no país que mais produz resíduos no mundo, a South By SouthWest (SXSW), conferência que é realizada anualmente em Austin, Texas, teve entre suas trilhas de discussão a sustentabilidade.
Foi nessa trilha que uma empresa brasileira trouxe seu case em que busca dar um passo além da preservação, discutindo a regeneração dos ambientes degradados, e de como é possível ter lucro ao mesmo tempo que se levanta a bandeira da sustentabilidade.
Produtos da floresta
O painel "Bioeconomia: Prosperando na Floresta Amazônica" contou algumas iniciativas da Natura, com a participação da diretora de Sustentabilidade, Angela Pinhati, da líder indígena Txai Suruí e da ativista e advogada americana Collete Battle.
A diretora da Natura lembrou que há mais de 20 anos, a empresa lançou uma linha de produtos que incorporava ingredientes da amazônica, com a meta de garantir o comércio justo com as comunidades locais e conservação do meio ambiente. Segundo ela, de lá para cá já foi possível preservar mais de 2 milhões de hectares de Floresta Amazônica.
Na sua fala, Suruí falou que não entende por que criamos tecnologia para limpar os rios se poderíamos protegê-los. "queremos trazer a tecnologia ancestral como uma das soluções para a emergência climática que estamos vivendo.”
Txai Suruí vive em Cacoal, Rondônia, é estudante de direito e colunista da Folha de S.Paulo. Em 2016, foi a única brasileira a discursar na abertura da COP26, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.
Novos produtos
Essa nova fase de buscar regenerar também já está virando produtos. A Chief Marketing Officer da Natura, Tatiana Ponce, informou que a empresa está lançando um hidratante concentrado cuja mistura final pode ser feita em casa (e o mesmo frasco reutilizado inúmeras vezes). Além de uma redução de 75% na utilização de plástico, o material é 100% reciclado e recolhido dos rios.
A Natura &Co tem atuação internacional e resulta da combinação das marcas Avon, Natura e The Body Shop. O conglomerado encerrou o 3º trimestre do ano passado com lucro líquido consolidado de R$ 7,024 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 559,8 milhões apurado no mesmo período de 2022.
A Natura foi a primeira companhia de capital aberto a receber a certificação de empresa B no mundo, em dezembro de 2014. Uma Empresa B é aquela que visa como modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental.