IA

Inteligência artificial domina debates no Web Summit Rio; confira dez provocações

O papel da inteligência artificial é ajudar a personalizar as emoções
Inês Calado
Publicado em 12/05/2023 às 15:14
Inteligência artificial domina debates no Web Summit Rio Foto: MAURO PIMENTEL / AFP


A Inteligência Artificial foi o tema central da Web Summit Rio, maior conferência da Europa em tecnologias, realizada pela primeira vez no Brasil, este ano.

Durante os quatro dias de eventos, a discussão em torno da IA generativa e seus impactos no mundo do trabalho, além de temas como segurança de dados, MKT digital e diversidade permeou as mais de 100 palestras ministradas.

Provocações

Aqui, um breve resumo do principais pontos apresentados:

1. Os impactos da Inteligência Artificial

Não é uma tendência. É uma realidade que já estamos vivenciando e que vai moldar nosso presente.

  • Cravado o aumento de produtividade e nivelamento das informações (igualdade para todos);
  • Aceleramento na automatização e digitalização de processos (Customer Service);
  • Papel-chave na resolução de grandes problemas enfrentados pela humanidade.

Desafios:

  • Como preparar e educar as pessoas para usar a IA?
  • Ética: quem usa, como usam, por que usa?
  • Regulamentação: responsabilidade do governo ou das empresas?
  • Como identificar se algo é real ou fake news?
  • Exposição de dados para o mundo.

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A grande maioria pensa na inteligência artificial na perspectiva de massa, mas tem muitos aspectos que as pessoas não estão prestando a atenção. As maiores mudanças estão pautadas em dois aspectos: os analytics – que devem ajudar a analisar os dados em tempo real e também uma nova versão de pesquisa do Google a partir de comportamento de consumo do usuário.

O papel da inteligência artificial é ajudar a personalizar as emoções. É a capacidade de entregar o sentimento certo, na hora certa. A personalização vem com o uso correto e assertivo. Por isso, é preciso ensinar os times a usar a tecnologia.

Há grandes oportunidades. Só precisamos aplicar a tecnologia usando bem os dados, além de aplicar de forma ética e segura. As ferramentas estão aí e precisamos ter noção de que elas vão impactar muita gente.

2. Dados

Um dos benefícios da IA no marketing digital é o uso e tratamento de dados por parte das empresas. A principal tendência é a democratização. Se nós conseguirmos democratizar os dados, teremos empresas alimentadas por dados. O papel do ser humano na interpretação dos dados será fundamental.

3. Produção de conteúdo

A produção de conteúdo deve se manter em alta como uma etapa importante do marketing digital. Agora, o olhar deve se manter para os algoritmos, a veracidade das informações (quais são as fontes?) e a humanização do que é feito, seja por usuários ou empresas.

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"Todo mundo agora é o Wally (Onde está Wally?) e a única forma de se destacar é criando conteúdo. As pessoas tangibilizam a experiência e a inteligência artificial pega tudo o que tem na internet e transforma em conteúdo. O Google já revelou que 20% do conteúdo é duplicado, então quem cria vai sair na frente", afirmou Neil Patel, um dos maiores profissionais de Marketing do mundo e fundador da NP Digital.

4. Posicionamento

Outro ponto importante quando se fala em tendências é o posicionamento. Com grandes eventos mundiais pautando discussões entre usuários e organizações, é fundamental estar preparado frente a diferentes cenários.

"A gente usa os dados não para chegar a uma resposta, mas para nos preparar para diferentes cenários. Eu não sei o que vai acontecer, mas eu vou estar preparado", destacou François Pierrel, CEO Data Officer da gigante de mídia out of home JCDecaux.

5. ChatGPT para a construção de conteúdo

Provocação para que os produtores de conteúdo se reinventem e busquem o diferencial levando em conta as características humanas.

Ao invés de atuar diretamente na produção de matérias, a inteligência artificial vem para contribuir em outros momentos do trabalho:

  • Promover brainstorms;
  • Checar a veracidade das informações.

Os grandes conglomerados de mídia já deram início à discussão sobre direitos autorais, mas a pauta sobre o uso das informações ainda segue aberta.

Todo conteúdo feito com inteligência artificial deve ser comunicado aos usuários e checado com muita atenção antes de ser publicado.

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6. Trilhas de Marketing de Conteúdo

  • Conteúdo com metas definidas: produto, público-alvo, objetivo, qual vai ser meu KPI;
  • O conteúdo não é publicidade;
  • Contar histórias (emoção);
  • Quantidade não deve ser maior do que qualidade;
  • Não sacrificar boas práticas para se destacar.

7. Inteligência Artificial é melhor com privacidade

É preciso usar a tecnologia usando bem os dados, além de aplicar de forma ética. Construímos ferramentas e precisamos ter noção de que elas vão impactar muita gente.

Os desenvolvedores são responsáveis por construir e também aplicar a segurança ao criar novas soluções e produtos para o espaço digital, sempre levando em consideração a utilização e boa experiência dos usuários.

Os tecnólogos têm um papel fundamental para criar e aplicar esse código de privacidade. Vários países já criaram suas regras, mas estamos vendo uma diminuição dessa legislação. As pessoas precisam estar cientes que seus dados vão ser utilizados e, de outro lado, as empresas precisam informar seus usuários.

As ferramentas mais acessíveis têm maior aderência entre os usuários e isso pode ser um incentivo para promover a privacidade.

É preciso que as companhias criem sua própria governança, pautada na construção de dados e privacidade do usuário, sendo transparente em todos os processos.

8. Diversidade e saúde mental

Em várias plenárias, a diversidade foi tema de discussão. As empresas, hoje, não podem mais responsabilizar os fornecedores. É preciso pensar em todos os pontos de contato: estamos contratando empresas socialmente responsáveis? Quais são os nossos critérios de contratação?

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Muito se falou também da importância da saúde mental. Como as empresas estão cuidando da saúde mental dos seus colaboradores? Estamos estimulando a desaceleração? Podemos ser multitarefas, mas não somos multifocais. É preciso parar e focar, dar atenção ao que se está fazendo naquele momento. Como liderança, estamos ajudando nesta construção?

9. Marketing do Futuro

O marketing deixa de ser apenas um departamento para melhorar as vendas, passando a fazer parte da estratégia do negócio.

Na apresentação do Manifesto do Marketing do Futuro, Sílvio Meira (TDS Company) e Rosário Pompeia (sócia fundadora da LeFil), pontuaram que as decisões, agora, precisam ser tomadas de acordo com os algoritmos:

  • Desenvolver competências;
  • Hub do marketing;
  • Potencializar negócio em plataformas;
  • Encontrar comunidades;
  • Plano de marketing de efeitos de rede;
  • Ecossistemas de comunicação;
  • Narrativas de rede e Indicadores de avaliação.

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10. Construção de comunidades

É preciso construir narrativas capazes de conectarem comunidades. Não teremos influenciadores como hoje. As narrativas passarão a ser co-criadas por um conjunto de pessoas e iremos perder a noção de quem as criou. Precisamos, portanto, estar inseridos nesta construção.

As comunidades que estão sendo construídas seguem padrões um pouco diferentes dos que estamos acostumados, pois o grande direcionador é a descentralização. Apesar de descentralizadas, essas comunidades estarão unidas em torno de um único propósito. Tem algo mais humano que isso?

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