O que é microgerenciamento? 6 consequências negativas de uma equipe sem autonomia

Muitos gestores confundem os papéis e acreditam que líder é aquele que tem o maior conhecimento de uma área ou de um time. Nesse artigo, falo sobre o que é microgerenciamento, consequências negativas dessa prática e algumas dicas de como evoluir para uma gestão mais madura
Moisés Falcão
Publicado em 26/04/2023 às 17:05
Microgerenciamento: 6 consequências negativas de uma equipe sem autonomia Foto: Thiago Lucas/ Design SJCC


Já imaginou ser líder de um time onde as pessoas não possam desenvolver as atividades de forma segura ao mesmo tempo em que são incapazes de tomar decisões?

Se você é líder de um time, sofre com essas dores e sempre precisa tomar à frente para resolver as demandas, saiba que talvez você seja o principal responsável por essa disfunção na sua equipe.

O que é microgerenciamento?

O microgerenciamento é uma prática onde existe o controle exagerado por parte do gestor em relação às atividades executadas pelas pessoas de um time ou departamento.

Como acontece?

Os gestores que seguem esse caminho demandam muitos relatórios, convocam reuniões não planejadas e exigem que tudo o que seja feito pelo time passe pelo seu crivo antes de ser aprovado.

Por que o microgerenciamento é ruim?

A principal desvantagem do microgerenciamento é que pode ser extremamente desmotivador e exaustivo para as pessoas ter que validar cada pequeno passo no progresso de uma tarefa. 


1 - Dependência operacional

Ao serem monitorados a cada passo, os colaboradores não conseguem enxergar um propósito para o seu trabalho, se tornam dependentes e ainda perdem o senso de responsabilidade uma vez que nunca tem autonomia para realizar ações.

2 - Potencial estagnado

Essa falta de propósito pode estagnar o potencial do indivíduo, ou também levá-lo a se questionar sobre o seu papel na empresa ou no desenvolvimento de um produto.

3 - Desmotivação

A cultura de medo na empresa pode ser considerada como uma outra desvantagem do microgerenciamento. Essa vigilância minuciosa trás a sensação de estar sendo sempre julgado.

4 - Inexistência de cultura de inovação

A perda de processos de inovação e criatividade dos funcionários também é uma consequência negativa dessa cultura. Se sempre existe um "mas" ao propor soluções, o funcionário passa a acreditar que seus esforços e soluções criativas nunca serão suficientes.

Se sempre existe a cereja do bolo por parte do gestor, o indivíduo perde a crença que é possível haver mudanças na empresa ou que nunca haverá uma solução que possa partir dele mesmo.

5 - Desperdícios

Fazendo uma referência ao Lean, o microgerenciamento também pode levar ao surgimento de etapas desnecessárias nos processos.

Etapas que poderiam ser simples se tornam muito burocráticas. Essas tarefas monitoradas desperdiçam a possibilidade de realizar testes rápidos com novas soluções e produtos.

6 - Falta de novos líderes

O microgerenciamento irá limitar a capacidade de um funcionário de desenvolver suas habilidades de liderança. Com um exemplo de liderança centralizadora, o colaborador cria uma memória errada de que ser um líder não é uma coisa positiva.

O que pode ser feito?

  • Se você é líder, o primeiro passo é fazer um exercício de percepção. Se as coisas se resolvem apenas com a sua permissão é um grande sinal de que o microgerenciamento está acontecendo.
  • Para se sentir seguro, comece aos poucos, dê autonomia a partir das tarefas de natureza técnica onde existam especialistas capacitados que garantam uma boa entrega.
  • Realize rodadas de feedback de maneira estruturada e planejada. Pergunte aos seus colaboradores onde você pode melhorar. Não tenha medo, você terá boas ideias a partir desses encontros.

Gradativamente você irá ganhar confiança para dar autonomia para pessoas realizarem atividades cada vez mais importantes. 

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