Existe um modelo antigo onde os líderes basicamente achavam que o seu papel era dar ordens às pessoas. Digo um jeito antigo, mas ainda existem empresas onde essa cultura de "obedece quem tem juízo" ainda existe.
O líder servidor faz um exercício diferente. Ele reflete sobre o que ele pode fazer para que sua equipe desempenhe um trabalho notório. Então ele vai continuamente entendendo a cultura daquele time como um coletivo, e também, individualmente através de feedbacks, ele vai encontrando formas de facilitar o desenvolvimento de cada pessoa.
Liderança servidora é diferente de liderança permissiva
Quando uma empresa então decide fazer a transformação para uma liderança servidora, alguns líderes não entendem essa diferença e acreditam que ser um líder servidor é permitir que os membros do time façam tudo que desejam. Isso não é válido, não é verdadeiro.
Sendo um pouco redundante, o líder servidor procura entender o que é preciso para que cada pessoa seja capaz de dar o seu melhor no desenvolvimento de um produto.
Dar limites também é positivo
O líder com maturidade vai entender que às vezes é justamente dar limite que fará com que o indivíduo consiga focar e consequentemente realizar o seu melhor trabalho.
Dizer sim e dizer não faz parte da rotina desse líder servidor, desde que seja por uma preocupação legítima com o desempenho dessa pessoa e logicamente que tenha uma direção em comum com os objetivos e valores da empresa.
Cultura de aprendizagem
Outra característica dos líderes servidores é que eles se preocupam na construção de uma cultura de aprendizagem. Ele é consciente que para cada um dar o seu melhor é preciso existir um ambiente onde seja incentivado o hábito de pesquisar e compartilhar conhecimentos.
Essa cultura deve ser uma realidade da empresa como um todo, não apenas de um time específico ou de um departamento. Esse líder pode ter um alinhamento com o RH, por exemplo, com o objetivo de ter um planejamento estruturado que incentive essa cultura de aprendizagem através de programas de desenvolvimento e capacitação.
Reconhecendo as fraquezas
Outra característica dos líderes servidores é que eles reconhecem os seus próprios limites. Então eles sabem quais são os seus pontos fortes e quais são as áreas em que eles não têm domínio de conhecimento.
Nesse caso, um time multidisciplinar faz a diferença visto que todos tendem a colaborar com as atividades do coletivo. O líder também pode surfar essa onda de aprendizado. Uma vez que ele reconhece a ignorância em algumas áreas, o time vai acolher e se sentir bem em saber que teve a oportunidade de compartilhar conhecimento com o próprio líder.
Autonomia e tolerância
Dar autonomia não é uma tarefa fácil. Afinal é confortável "estar no controle" e saber que tudo será feito do jeitinho que planejamos. Já o líder servidor deve ser capaz de aceitar resoluções diferentes da sua e confiar em decisões que não são iguais ao que tinha pensado.
E é nesse ponto que entendemos a importância de tolerar erros. Ninguém se torna líder por acaso. Cada erro trará um novo senso para esse liderado que irá entender melhor todos os parâmetros que deverão ser analisados antes de tomar outra decisão no futuro.
Empatia
Outra característica importante dos líderes servidores é a empatia. O Líder servidor é aquele que não apenas reconhece os seus limites, mas também reconhece os limites de cada integrante da equipe.
Um líder servidor deve ser capaz de saber qual é o tamanho e a complexidade de uma tarefa e então fazer uma melhor distribuição dessas demandas analisando os integrantes da equipe e suas habilidades.
Uma tarefa que seja fácil demais vai deixar a pessoa entediada ou desmotivada. Já uma tarefa muito complexa pode deixar o colaborador ansioso e preocupado.
O líder que sabe reconhecer o momento de cada um em uma escala de conhecimentos e habilidades, fará com que ele consiga manter um equilíbrio em relação à ansiedades e frustrações nas pessoas.
Uma cultura de feedback vai ser como uma ferramenta para o líder. Isso porque ele vai conhecer melhor as pessoas do time e melhorar cada vez mais a capacidade de ser empático.
Pessoas
Claro que um negócio terá seu foco no produto e seus clientes, mas é preciso lembrar que esse foco deve partir principalmente das pessoas que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento desses serviços, projetos ou produtos. Então, se todo o negócio já é focado no produto e seus usuários, é papel do líder focar nas pessoas do seu time.
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