“Há muito tempo, a missão da escola não é apenas proporcionar o ensino de conteúdo, mas garantir a vivência cidadã de crianças e adolescentes. É aqui que passam a conviver socialmente, a compreender o próprio espaço e respeitar o espaço do outro”, diz a gestora pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 do Colégio GGE, Anabelle Veloso, perguntada sobre “o que é preparar para a vida?”.
Afinal, em meio a tantas informações, com acesso a tanto conhecimento, qual é, hoje, o papel da escola? Vai muito além do saber acadêmico e assume um papel adjacente ao da família na construção de valores, na orientação do indivíduo e do seu lugar na sociedade. Desta forma, compreende-se que o ambiente escolar e todas suas atribuições estão na base da formação individual e social.
Especialistas concordam. Biólogo e psicólogo, o suíço Jean Piaget ensina que o meio influencia no desenvolvimento moral, definido por todos os estímulos cognitivos e sociais ao longo dessa formação. Inclusive, a própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no Brasil, prevê que haja planejamento nesse sentido. Algumas instituições de ensino, já alinhadas com essas premissas, incorporam na sua rotina diretrizes que estimulam o conhecimento, a autonomia e o protagonismo sem perder o lado acolhedor.
“Nosso propósito está estampado em cada unidade do colégio: muito mais que educar, ajudamos nossos alunos a conquistarem seus sonhos. E isso é muito forte e muito verdade dentro da escola”, diz o gestor pedagógico dos Ensinos Fundamental 2 e Médio do Colégio GGE, Tayguara Velozo.
O gestor concorda: o papel de simples transmissora de conteúdo ficou para trás há muito tempo; a escola é um agente transformador que busca contribuir ativamente na formação de pessoas. “Nossos alunos são preparados para viver em sociedade, para liderar, para ser protagonistas de suas escolhas, para assumir consequências, para respeitar o outro, para ter empatia. É isso que a gente busca trazer no dia a dia”, enumera Tayguara.
Escola é mais que conteúdo
Dentro da rotina escolar, crianças e adolescentes se compreendem como indivíduos e como cidadãos. “Por isso que ensinamos que o aprendizado formal não é a única atribuição das escolas e é essencial que elas tenham como meta mostrar importância de cada aprendizado e a aplicabilidade de cada aprendizado”, continua Anabelle Veloso.
Segundo Tayguara, a pandemia deixou claro que a escola é muito mais que conteúdo. “O que os alunos mais sentem falta, hoje, é da convivência, dos laços, dos relacionamentos construídos, das experiências. Isso nos mostra que estamos no rumo certo, porque educar é promover através do dia, de cada disciplina, de projetos, a importância desse conviver. É estar bem primeiramente consigo para conseguir estar bem com o outro. E aí você começa a permear o respeito, a empatia, a ética, a cidadania. Vemos isso cada vez mais claro: a habilidade do futuro é isso é a perspectiva de ter um ser humano mais conectado de forma integral”.
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