RELAÇÕES INTERNACIONAIS

LULA VIAJA PARA CHINA e quer relançar parceria com país em mais de 20 acordos

Durante a viagem para China, Lula deve participar da posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do banco dos BRICS

Marcelo Aprígio
Marcelo Aprígio
Publicado em 11/04/2023 às 8:45 | Atualizado em 11/04/2023 às 10:48
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LULA VIAJA PARA CHINA e quer relançar parceria com país em mais de 20 acordos FOTO: NE10

O presidente Lula (PT) embarcou com uma comitiva de empresários, governadores, deputados, senadores e ministros em viagem para China nesta terça-feira (11). O país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil.

A programação oficial, que começa a partir da quarta-feira (12) deve ir até sexta-feira (14) nas cidades de Xangai e Pequim, respectivamente.

Nas cidades, Lula deve ter encontros de negócios até reuniões bilaterais com as principais autoridades do país asiático. Entre elas, o presidente chinês, Xi Jinping.

O presidente Lula também participará da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. À tarde, ele terá encontros com empresários e à noite viajará para Pequim.

LULA VIAJA PARA CHINA

Lula deveria ter feito essa viagem no fim do mês passado, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromisso.

A viagem à China é a quarta visita internacional de Lula após a posse no cargo. O presidente já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos.

Lula também recebeu, em Brasília, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no fim de janeiro.

Em sua última entrevista antes do embarque, concedida ao programa A Voz do Brasil, da EBC, Lula destacou o propósito da viagem, que será uma espécie de relançamento das relações com o país, que havia se esfriado nos últimos anos.

"Na China, nós vamos consolidar nossa relação com a China, eu vou convidar o [presidente] Xi Jinping para vi ao Brasil, conhecer o Brasil numa reunião bilateral, para mostrar os projetos de interesse", disse Lula.

"O que nós queremos é construir parceria com os chineses, fazer sociedade com os chineses, para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem, uma nova rodovia, ferrovia, hidrelétrica, uma coisa qualquer que signifique algo novo para o Brasil", completou.

ACORDOS COM A CHINA

Mesmo com o adiamento da visita de Lula à China, parte da comitiva que chegou antes do presidente conseguiu avançar em pendências importantes.

Umas delas foi o fim do embargo à venda de carne bovina brasileira após 29 dias de suspensão. A decisão, segundo o Ministério da Agricultura, foi tomada após reunião entre o ministro Carlos Fávaro e o ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa, Yu Jianhua, em Pequim, no dia 23 de março.

Com a presença de Lula, a expectativa que mais de 20 acordos entre China e Brasil sejam assinados. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos na parceria bilateral.

De acordo com o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.

Outro ponto que o presidente quer discutir com Xi Jinping é a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. Em café da manhã com jornalistas, na última quinta-feira (6), Lula já havia abordado a questão.

"Nós não concordamos com a invasão da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperando que alguém de fora fale: vamos sentar para conversar".

Com informações da Agência Brasil.