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Cientistas descobrem ecossistema secreto na Antártida: "Foi como entrar em um mundo perdido"

Cientistas da Nova Zelândia pesquisavam sobre aquecimento global quando se depararam com o "ecossistema secreto"

Luana Simões
Luana Simões
Publicado em 09/06/2022 às 12:39
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NIWA / Craig Stevens
Cientistas da Nova Zelândia encontram ecossistema incrível FOTO: NIWA / Craig Stevens
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Cientistas da Nova Zelândia estão animados com a descoberta despretensiosa de um “ecossistema secreto” observado por eles durante pesquisa de campo na Antártida.

Segundo veículos como CNET e o jornal britânico The Guardian, a novidade veio durante uma investigação paralela: um time de climatologistas vinha estudando os efeitos do aquecimento global na zona de degelo antártico na Camada de Ross quando, de surpresa, perceberam pequenas criaturas parecidas com camarões dentro de uma rede de cavernas mergulhada no gelo.

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Veja o que os especialistas consideram.

ECOSSISTEMA SECRETO NA ANTÁRTICA

Um time de pesquisa é formado por cientistas das universidades de Wellington, Auckland e Otago, bem como o Instituto Nacional de Água e Atmosfera (Niwa) e o de Ciências Geológicas e Nucleares. Eles vinham investigando a área por meio do mergulho de sondas e câmeras em estuários na região antártica.

Foi em um desses mergulhos que uma das câmeras despertou a curiosidade dos pequenos animais – chamados “anfípodes”. Assim, o novo ecossistema foi descoberto quando uma das câmeras foi “atacada” pela curiosidade animal.

Os cientistas dizem que esses animais menores nadando por lá é um indício forte que há um ecossistema importante se desenvolvendo.

“A princípio, pensamos que algo estava errado com a câmera, mas quando o foco se ajustou, nós vimos um enxame de anfípodes, cada um com não mais que 5 milímetros [mm] de tamanho”, disse Craig Stevens, do Niwa.

Segundo ele, a equipe já havia feito experimentos similares em diversas outras partes da camada de gelo, ou seja, foi uma grande surpresa descobrir algo novo.

De acordo com o líder do projeto, Huw Horgan (Wellington), já é um conhecimento relativamente antigo que existe uma rede de lagos de água doce escondidos nas camadas mais grossas de gelo onde eles fazem a pesquisa. No entanto, essa foi a primeira vez que um time científico teve a oportunidade de fazer uma observação direta desses lagos e criaturas que vivem neles.

“Tirar amostras desse rio foi como ser o primeiro a entrar em um mundo perdido”, disse Horgan ao veículo The Guardian, ressaltando que amostras foram coletadas para estudar o ecossistema secreto.

Toda pesquisa na Antártica é bem trabalhosa, pois navegar seus acessos interiores é quase impossível. Além da região não facilitar o tráfego de pessoas, é necessário perfurar ou derreter o gelo para só então começar os estudos com os equipamentos – uma iniciativa não somente trabalhosa, porém muito cara.

Os especialistas asseguram estão agora conduzindo novas pesquisas a fim de analisar todo o material coletado nesse pequeno ecossistema, e prometem um estudo completo assim que possível.

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