Pode-se dizer que os jumentos são animais bastante presentes nas famílias que vivem em áreas rurais no Nordeste brasileiro. O animal, que tem mil e uma utilidades, pode ser comprado por R$20 ou R$30 durante uma negociação.
No entanto, parece que os chineses valorizam os nossos jegues muito mais. Na China, os jumentos que aqui são comprados por R$20 valem mais de R$22 mil.
De acordo com o IBGE, o aumento de interesse por esses animais preocupa ambientalistas, pois, a exploração pode levar a extinção destes animais.
Entre os anos de 2010 e 2014, o país brasileiro abateu mil jegues. Já entre 2015 e 2019 foram 31,6 mil. Em 2013 já existem 900 mil deles.
Mas afinal, qual o motivo de tanto interesse?
Segundo o IBGE, o aumento começou após a JBS arrendar um frigorífico em Amargosa, na Bahia. O negócio foi fechado em uma sociedade entre um brasileiro e dois chineses.
Agora, por serem 'presas' fáceis e baratas, quase 5 mil jegues são abatidos por dia. A carne no animal pode ir para a China ou para o Vietnã.
O couro do jumento é embalado cuidadosamente e será usado para produzir o ejiao.
O que é ejiao?
Ejiao é um produto medicinal sem eficácia comprovada. Mas, é bastante utilizado em chás e receitas para tratar de problemas como, por exemplo, a anemia.
Além disso, o produto rende bastante dinheiro e, geralmente, cada peça de couro gera mais de 30 caixas.
Caso preocupa
A exploração do jumento brasileiro pelos chineses já é motivo de alerta. Além de preocupar ambientalistas, também preocupa alguns partidos políticos.
O partido verde (PV) fez, recentemente, uma postagem no Twitter alertando sobre o assunto.
O nosso jumento brasileiro pode entrar em extinção! Isso ocorre devido o abate ilegal que tem ocorrido há anos, principalmente em regiões do Nordeste. Na Bahia, por exemplo, a exportação do couro do animal ganhou força devido à alta demanda para países asiáticos. #pv43oficial pic.twitter.com/RtBborvXGm
— Partido Verde (@partidoverde) May 11, 2022
O prefeito de Amargosa (BA), Júlio Pinheiro (PT), tem se posicionado a favor da prática porque seria um "dos setores que mais emprega na cidade, atrás só de uma fábrica de calçados e da própria prefeitura", disse à reportagem da BBC.
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