A prova que representa um marco para os estudantes que pretendem ingressar no Ensino Superior está chegando: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, aplicação acontece nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil, exceto para os residentes em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, que farão o teste nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.
Com a proximidade das datas, muitos alunos intensificam a rotina de estudos e revisão. Entre as estratégias mais comuns está a utilização de edições anteriores do Enem como ferramenta de preparação.
O supervisor de resultados do Colégio GGE, Ricardo Jorge Ribeiro, ressalta que entender a prova do Enem é essencial para definir um método de estudo eficiente, pois permite direcionar os esforços e otimizar o tempo de preparação.
"Em vez de apenas absorver uma vasta quantidade de conteúdo, o estudante pode focar em como esse conhecimento será cobrado e quais habilidades são mais valorizadas no exame", acrescenta.
Um dos principais pontos, de acordo com o supervisor de resultados, é conhecer a TRI (Teoria de Resposta ao Item), pois ajuda a entender que não basta apenas acertar o maior número de questões, mas também responder corretamente às questões mais fáceis e médias. "Isso desmotiva a 'decoreba' e encoraja um estudo focado na coerência pedagógica", destaca.
O modelo matemático que avalia o desempenho em provas considera não apenas o número de acertos, mas também a dificuldade e a coerência do padrão de respostas do candidato.
"Cada item tem parâmetros de dificuldade, discriminação (capacidade de diferenciar o conhecimento dos estudantes) e chance de acerto ao acaso. O sistema recompensa acertos em questões difíceis e penaliza acertos incoerentes (como acertar uma difícil e errar várias fáceis), que podem ser interpretados como chutes, para garantir que a nota reflita o verdadeiro conhecimento do estudante", detalha Ricardo.
Ele afirma que o fato do Enem ser uma prova cada vez mais conteudista não exige necessariamente mais tempo de estudo, mas sim o estudo de forma mais estratégica e focada. “Em vez de tentar cobrir todos os tópicos superficialmente, é preciso concentrar-se nos conteúdos essenciais e nos temas de maior incidência nas provas anteriores, otimizando o tempo e aprofundando-se nos assuntos de maior peso.”
“É preciso ter uma noção dos conteúdos mais recorrentes em cada disciplina, utilizando os microdados que são disponibilizados pelo site do INEP [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira]. Isso irá ajudar a ser bastante assertivo na sua rotina de estudo”, complementa.
O supervisor de resultados orienta o uso de provas anteriores do Enem para o estudo: “Começar por analisar as mais recentes para identificar o estilo da banca e os temas mais recorrentes, priorizando assim o que é mais provável de ser cobrado. A resolução deve ser integrada num plano de estudo, focado em identificar os seus pontos fortes e fracos e adaptado à prova em questão, usando as provas mais antigas para reforçar o conhecimento em outros assuntos relevantes.”
Ricardo também chama a atenção para o treino de tempo de resolução por questão, detalhe importante para a administração do tempo de prova.
Ricardo ressalta a importância da criação de um plano de estudos. “É crucial para estudantes se sentirem menos sobrecarregados, pois ele organiza o aprendizado, otimiza o tempo, melhorar a concentração, evitar a procrastinação e garantir a revisão dos conteúdos.”
“Para ser eficaz e realista, ele deve começar com a definição de objetivos claros, a avaliação do tempo disponível e a criação de um cronograma que alterne matérias, inclua revisões e pausas regulares, e seja flexível para ajustes futuros”, complementa.
O supervisor de resultados explica como criar um plano de estudos:
E sugere métodos para reter conteúdo a longo prazo: “Usar revisão espaçada, recuperação ativa (como a resolução de provas anteriores ou o método Cornell), técnicas visuais como mapas mentais, e a explicação a outros ou a si mesmo. Resolver provas anteriores é um método muito eficiente, pois consolida o conteúdo, testa o conhecimento e familiariza com o formato da prova, especialmente se for feito com questões comentadas.”
Ricardo destaca que o estudante precisa conhecer a própria rotina não apenas para criar um cronograma de estudos eficiente, mas também para reservar momentos de lazer. “Para isso, é preciso identificar o tempo disponível, os momentos de maior produtividade, as prioridades de estudo e as preferências de aprendizado, para então criar um plano que equilibre estudo, descanso e lazer, evitando o estresse e o acúmulo de matéria”, explica.
Para o descanso, lazer e saúde mental, as principais recomendações do supervisor de resultados são: priorizar atividades que promovem o bem-estar, como exercício físico regular, alimentação balanceada e um sono de qualidade.
“É fundamental tirar um tempo para si mesmo e para o lazer, como meditação, hobbies e estar na natureza, além de manter boas relações interpessoais e não ter receio de procurar ajuda profissional. Estabelecer limites claros, gerenciar o tempo de forma eficiente e, principalmente, reduzir o tempo de exposição a redes sociais também são estratégias importantes para o cuidado da saúde mental”, finaliza.
A aplicação do Enem 2025 acontece nos dias 9 e 16 de novembro em todo o Brasil, exceto para os residentes em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, que farão o exame nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.
Neste ano, o Enem teve mais de 4,8 milhões de inscrições confirmadas. Em comparação com 2024, o aumento no número das inscrições foi de 11,22%. O estado com mais inscritos é São Paulo (751.648), seguido de Minas Gerais (464.994) e Bahia (428.019). Pernambuco tem 272.299 inscrições confirmadas para o exame. As informações são do Ministério da Educação (MEC).