Graduação no exterior: o caminho para garantir a aprovação

Com a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), estudantes ficam ainda mais ansiosos para ingressar no Ensino Superior, tanto no Brasil quanto no exterior.

Isso porque a seleção também inclui universidades internacionais, como a Universidade de Coimbra (UC) e a Universidade do Porto (U.Porto), ambas em Portugal. Alunos brasileiros também podem concorrer a vagas no exterior através de outros tipos de seleção.

O Colégio GGE tem uma preparação específica para alunos que pretendem participar de seleções de universidades do exterior. O programa de preparação, chamado Graduação no Exterior, é dividido em três etapas: o Pre-Counseling (no 9º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio); o Test Prep (no 2º ano Ensino Médio); e o Academic Counseling (no 3º ano Ensino Médio).

“No primeiro ano, há o pre-counseling, que são encontros quinzenais, em inglês, sobre vários tópicos relacionados ao processo e à vida nas universidades exterior”, explica Charles Hodges, Gestor do Departamento Internacional GGE.

Nessa primeira etapa, os alunos aprendem a pesquisar sobre as universidades internacionais, que cursos podem fazer, além de melhorar o inglês. “É uma preparação não só da língua inglesa, porque é em inglês, mas muito mais o foco de entender como é o processo, como e o que esperar dessa vida universitária”, resume o gestor.

“No segundo ano, a gente oferece a preparação do test prep [Test preparation, preparação para teste em português]. São aulas semanais online em inglês, sobre quatro dos testes principais envolvidos nesse processo, que são: o SAT [Scholastic Aptitude Test] e o ACT [American College Testing, teste para faculdades estadunidenses], que podem ser considerados como o Enem americano; e o TOEFL [Test of English as a Foreign Language, Teste de Inglês como Língua Estrangeira] e IELTS [International English Language Testing System, Sistema de Avaliação na Língua Inglesa Internacional], que são duas provas de proficiência em inglês”, continua.

O terceiro ano do programa é decisivo para os alunos que pretendem estudar no exterior. “O Academic Counseling é um acompanhamento individualizado do processo de aplicação de cada aluno. Que países quer fazer aplicação? Que cursos vai aplicar? E, com a família, a gente trabalha a questão do orçamento, quanto a família tem para investir nisso, para a gente não mirar universidades que não são realistas para o orçamento familiar”, detalha Charles.

“A partir de agosto, em agosto, abre a janela de aplicação. A gente acompanha toda a aplicação, prazos, documentação, cartas de recomendação, as redações que o aluno tem que escrever, tudo é acompanhado. E, quando começam a chegar as propostas, a gente faz reunião com a família para analisar. E, pleitear mais bolsas, se for necessário. Então, é um acompanhamento bem individualizado, bem específico, do plano de aplicação de cada aluno”, acrescenta.

E o resultado do projeto é mais do que satisfatório: Desde que o iniciou no colégio firmou parceria com a Brazil World Grupo em 2018, 38 alunos passaram pelo processo de aplicação. Foram 125 aceitações em 88 instituições em 8 países.

No atual ciclo, que teve início em agosto, foram aprovados alunos nas seguintes universidades: Arizona State University; Georgia State University; Ohio University; Purdue University; Rutgers University; Saint Louis University; St. Edward's University; Temple University; e University of North Florida.

Formado em Psicologia, Charles explica que o processo não tem exatamente um acompanhamento psicológico dos alunos, mas que faz uso dos seus conhecimentos na área. “Eu trago essa escuta quando eu trabalho com alunos e família nessa preparação. O foco dos encontros é uma preparação a longo prazo. Não são aulas de inglês, não tem um acompanhamento psicológico, mas as duas coisas estão contempladas, englobadas de certa maneira.”

“Nesse processo, o aluno chega e diz que não sabe o que quer estudar. Eu digo que para os Estados Unidos, pelo menos, isso não importa. As universidades aceitam o aluno. Então, muitas vezes, ao longo do processo, o aluno chega para mim se dizendo indeciso e ao longo do processo acaba descobrindo qual é aquilo que vão mirar”, exemplifica o gestor.

Charles afirma que o processo avaliativo nem sempre está restrito apenas a uma nota, como a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): “Lá fora, na grande maioria dos casos, o processo nunca se resume a um fator só. Não é uma prova, não é um histórico, não é uma coisa só que vai definir se a universidade vai aceitar aquele aluno ou não. É um combinado, um complexo de vários fatores.”

“O mais importante tendia a ser o histórico escolar, como o aluno fez quando estava estudando no equivalente ao High School (Ensino Médio). Se teve dificuldade com certas matérias, qual foi o desempenho dele. Durante o High School existem as provas que são comuns de aparecerem, as de proficiência de língua inglesa e USAID, ACT. Mas muitas universidades hoje em dia não exigem essas provas do SAT e o ACT, chamadas provas padronizadas”, acrescentam.

O gestor conta que os processos exigem que os alunos escrevam redações e pedem cartas de recomendação. “Então esses quatro fatores, histórico, testes, redações e cartas de recomendação tendem a fazer parte do processo para as universidades ao redor do mundo. Existem exceções tanto de países como Portugal que botam muito mais importância num teste”, complementa.

A orientação também é importante para ajudar o aluno a decidir se realmente quer estudar no exterior. "Quando o aluno chega pra mim, expressando esse interesse em Direito, eu pergunto se vai fazer, qual é a sua intenção? Vai fazer o quê? 'Quero ser advogado no Brasil', graduação no Brasil. Você pode até fazer uma pós, mestrado, doutorado lá fora, mas graduação para quem quer ser advogado, juiz no Brasil", conta Charles.

Quando a questão são os cursos mais recorrentes entre esses alunos, a resposta pode surpreender muita gente: "A gente acaba fazendo pessoal de artes, porque as opções não são muitas, então tem um pessoal fazendo teatro musical, tecnologia musical, teatro, atuação para a câmera, especificamente, direção de filme. A variedade é muito grande”, diz.

O gestor destaca também os alunos que pretendem seguir a área da Neurociência. "Tenho muitos alunos que acabam escolhendo Neurociência, especialmente se eles estão interessados em depois seguir para a escola de Medicina. Diferente do Brasil, Medicina costuma não ser um curso de graduação, ele é apenas uma pós. Isso varia um pouco de diferença para o país, mas é muito comum, o aluno fazer outra graduação e depois entrar na escola de Medicina.

"Tivemos uma aluna que fez economia, se formou em economia e hoje está na escola de Medicina para ser médica", exemplifica.

Colocando em prática

A aluna Mirella Matos, de 17 anos, participou do projeto do Colégio GGE e foi aprovada em Neurociência em, até então, quatro universidades internacionais: Temple University, University of North Florida, Saint Louis University e Georgia State University, todas nos Estados Unidos.

A estudante sempre priorizou a admissão em faculdades internacionais, mas realizou as provas nacionais e estaduais - o Enem e o Sistema Seriado de Avaliação da UPE (SSA) -, pois não queria desperdiçar oportunidades.

Diferentemente dos estudantes que focam nas provas nacionais, Mirella também investiu em outras áreas: “No ano de vestibular, os estudos fizeram a maior parte da minha rotina em conjunto com as extracurriculares para o currículo internacional.”

Com a rotina corrida, a aluna teve que abrir mão da atividade física e de algumas horas de sono. “Cursinhos, provas e todo o conjunto demandam tempo da rotina e impossibilitaram a prática de esportes, apesar de entender a importância dessas atividades. A rotina de sono, como para a maioria dos vestibulandos, também acaba sendo negligenciada, mas sempre mantive os horários no limite para ter um dia a dia tranquilo e que não fosse prejudicado”, conta.

A rotina de Mirella incluía estudos diários focados nas principais áreas do ACT: inglês, interpretação de texto, ciências e matemática. “Além disso, graças ao processo holístico, tive que adicionar atividades paralelas durante os três anos de ensino médio que agregassem meu currículo, como voluntariados, monitorias, programas de verão, cursos online e participação em olimpíadas do conhecimento”, detalha.

Mirella não teve acompanhamento psicológico durante o processo, mas teve a família e amigos como alicerce. “Tive o total apoio da minha família e amigos. Tenho total consciência que a participação deles fez o processo ser mais leve e me manteve nos eixos em momentos de dificuldade”, finaliza.