No Uruguai, Dilma denuncia tentativa de 'reverter' conquistas sociais

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No Uruguai, Dilma denuncia tentativa de 'reverter' conquistas sociais

Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 04/11/2016 às 21:43
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"Sem democracia não há como lutar contra a desigualdade, não há como ser solidário, não há como colaborar entre nossos povos", afirmou entre gritos de "Fora Temer" vindos da multidão. 

Em um ato político na sede do partido governista Frente Ampla, Dilma advertiu que "há um processo em curso na América Latina que é muito grave. Não estou falando da volta de uma ditadura militar (...). O que estamos vivendo no mundo é a  convivência dentro do regime democrático de medidas de exceção. Vejo o  'impeachment' como uma medida de exceção".

Neste contexto, "surgem pessoas como (o candidato republicano nos EUA, Donald) Trump, surgem propostas de direita quase neofascistas que são extremamente perigosas".

Dilma, destituída pelo Senado no dia 31 de agosto passado, almoçou na sede da Frente Ampla com diversos políticos uruguaios, incluindo o vice-presidente da República, Raúl Sendic.

Também foi declarada cidadã ilustre de Montevidéu.

Durante entrevista coletiva, Dilma não respondeu sobre a conveniência da realização de um referendo revogatório do mandato do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mas perguntou aos jornalistas se a "cláusula democrática" que alguns membros do Mercosul desejam aplicar na Venezuela não deveria ser utilizada para o Brasil.

Primeira viagem ao exterior

Trata-se da primeira viagem ao exterior da ex-presidente desde que ela deixou o Palácio do Planalto.

O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, sempre manifestou seu apoio ao governo do PT e na ocasião do impeachment, emitiu um comunicado em que considerou a destituição de Dilma Rousseff "uma profunda injustiça".

"Apesar da legalidade invocada (do processo de impeachment), o governo uruguaio considera uma profunda injustiça essa destituição", manifestou a chancelaria uruguaia no dia 1º de setembro.

Mais tarde, o Uruguai teve um embate com o Brasil, já sob o governo Temer, no Mercosul, por conta da passagem da presidência rotativa do bloco à Venezuela. O chanceler Rodolfo Nin Novoa denunciou no Congresso uruguaio uma tentativa do Brasil de "comprar" a posição do Uruguai na questão, o que custou ao país a inédita convocação para consultas do embaixador uruguaio em Brasília por parte da chancelaria brasileira.

O imbróglio parece ter se encerrado depois que Vázquez se reuniu com Temer em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU a fim de aparar as arestas. 

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