Dilma Rousseff

Em jantar com Temer, Cunha diz que 'nada mudou' sobre impeachment

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 20/10/2015 às 19:17
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Peemedebistas afirmam que o presidente da Câmara tem planos, "só não entrega ainda quais são eles" / Foto: Agência Brasil

Peemedebistas afirmam que o presidente da Câmara tem planos, "só não entrega ainda quais são eles" Foto: Agência Brasil

O vice-presidente Michel Temer recebeu na noite desta segunda-feira (19), no Palácio do Jaburu, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para uma conversa em que o vice sondou o aliado sobre uma possível abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Segundo a reportagem apurou, Cunha disse que "nada mudou" no atual cenário e sinalizou que deve segurar qualquer decisão sobre o tema. Peemedebistas, porém, afirmam que o presidente da Câmara tem planos, "só não entrega ainda quais são eles".

O sinal de alerta chegou ao Palácio do Planalto, onde a ordem é "baixar a temperatura" nas relações com Cunha.

No domingo (18), por exemplo, irritado com o tom adotado pela presidente em declarações durante sua viagem a Suécia, Cunha telefonou para o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e mostrou insatisfação com os sinais trocados do governo. Enquanto ministros e governistas tentam uma aproximação, Dilma o ataca em discursos públicos.

Wagner tentou colocar panos quentes e a presidente foi orientada a adotar um tom "mais institucional" ao falar do peemedebista.

Ao ser questionada durante a viagem sobre as denúncias contra Cunha, acusado de ter se beneficiado do esquema de corrupção da Petrobras por meio de quatro contas na Suíça, Dilma disse que ele não fazia parte de seu governo. E completou: "Lamento que seja um brasileiro".

Na bancada do PT na Câmara e entre os principais aliados de Dilma, a fala foi interpretada como "um erro", no momento em que o Planalto busca estabilidade política.

Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu o rito proposto pelo presidente da Câmara para o desenrolar de um eventual pedido de impedimento contra Dilma, mas Cunha insiste em dizer que ainda tem o poder de deferir ou indeferir novas solicitações.

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