Cunha confirmou que vai receber os líderes da oposição, os autores do pedido de impeachment Foto: Reprodução
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A oposição diz que agora Cunha não tem mais impedimento jurídico para deferir o novo pedido e vai usar o ato da entrega para turbinar novamente o assunto que o Planalto achava que estava enterrado com a liminar do STF, que suspendeu o rito do pedido de impeachment fixado pelo presidente da Câmara.
"O assunto do impeachment tinha esfriado com as decisões do Supremo. Mas refizemos nosso roteiro, e agora Eduardo Cunha não tem saída, vai ter que decidir. Vamos dar relevo ao ato de entrega do novo pedido. Ao invés de só protocolar, vamos turbinar o ato para botar fogo de novo no assunto que tinha esfriado", disse o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA).
Desde a noite desta srgunda, integrantes do Movimento Brasil Livre vão acampar na frente do Congresso Nacional para pressionar pela aceitação do pedido que será reapresentado amanhã. O Vem Pra Rua também organiza manifestações menores em várias cidades a partir dessa semana para reaquecer o movimento pró-impeachment, independente da complicação da situação de Cunha na Operação Lava-Jato com a divulgação das contas dele na Suíça.
'Enquanto for presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha tem o dever constitucional de encaminhar o pedido de impeachment, independente das acusações que terá que responder. Estivesse lá o Lula ou qualquer outro, teria que cumprir sua responsabilidade constitucional", disse o coordenador nacional do MBL, Rubens Nunes, que estará presente ao ato na presidência da Câmara amanhã às 10h.
Cunha confirmou que vai receber os líderes da oposição, os autores do pedido de impeachment e os representantes dos movimentos de rua. "Receberei eles", disse Cunha ao Globo.
Ele ainda faz mistério sobre o que vai fazer com o pedido, mas seus aliados dizem que fará o que for melhor para se fortalecer para responder ao processo de cassação no Conselho de Ética.
Apesar do recuo da oposição, que interrompeu as negociações com Cunha para que deflagrasse o processo de impeachment após a divulgação da nota pedindo seu afastamento da presidência, o líder do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), continua tentando uma aproximação. Mas lideranças do PSDB não enxergam possibilidade de acordo depois da divulgação das provas documentais sobre as contas de Cunha na Suíça.
"O Paulinho é muito cartesiano. Queria que a gente desse alguma garantia no Conselho de Ética. Mas não tem jeito, vai da consciência de cada um agora. O cara está todo arrebentado, não dá para pedir esse sacrifício aos deputados diante de provas tão consistentes", contou um parlamentar tucano.