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Faça login ou cadastre-seFoto: Agência Brasil
Em seu depoimento, prestado no dia 10 de setembro, Baiano detalha como teriam sido feitos todos os pagamentos ao peemedebista, a partir de 2011. Seriam todos em espécie, em cinco ou seis entregas no escritório do parlamentar, na avenida Nilo Peçanha, no centro do Rio. De acordo com Baiano, em todas essas visitas ao escritório do parlamentar, o dinheiro foi entregue a uma pessoa identificada como Altair Alves Pinto.
De acordo com o relato de Baiano, Cunha passou a receber os pagamentos porque aceitou ajudá-lo a cobrar de outro lobista, Júlio Camargo, dívida que este teria relativa ao negócio com os navios sondas.
Segundo as investigações, Pinto é comerciante, nascido em Muqui (ES) e tem 67 anos. Ele colaborou com R$ 28,7 mil para a campanha de Eduardo Cunha, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De acordo com Baiano, Altair "aparentava ser um assessor ou uma pessoa de confiança, até mesmo porque todos os valores entregues no escritório [de Cunha] foram para Altair".
Segundo a investigação da PGR, que consultou o registro de entrada de visitantes na Câmara dos Deputados, Altair visitou Eduardo Cunha no Congresso em 2005.
CHANTAGEM - Fernando Soares, o Fernando Baiano, contou que Cunha usou requerimento da Câmara dos Deputados para chantagear Julio Camargo a lhe pagar o que devia. A venda da sonda foi acertada em 2007 e Camargo atrasou o pagamento da propina até 2014, sempre alegando que não havia recebido os recursos da Samsumg. Esse é um dos pontos da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar.
Em 2011, a então deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), aliada de Cunha, apresentou requerimentos na Câmara cobrando informações sobre contratos da Petrobras com a Toyo e a Mitsui –empresas japonesas representadas por Camargo no Brasil. Conforme a Folha revelou em abril, o nome de Cunha aparece no sistema de informática da Câmara como o real autor desses requerimentos.
O requerimento, segundo Baiano, fez com que o Ministério de Minas e Energia, controlado pelo mesmo partido de Cunha, o PMDB, enviasse uma requerimento à Petrobras para que a estatal investigasse a atuasse do lobista Camargo na diretoria internacional.
Baiano disse que ele próprio ajudou Cunha a levantar informações sobre negócios irregulares que Camargo havia intermediado na Petrobras para que a chantagem funcionasse. Camargo ficou apavorado com a perspectiva de ser investigado na empresa em que realizava seus maiores negócios, ainda de acordo com Baiano.
A partir daí, Camargo teria acertado com Baiano e Cunha o pagamento do que deveria.
VOOS - Parte da propina foi repassada a Cunha em crédito no valor de R$ 300 mil em horas voo de um jato de propriedade de Júlio Camargo, acrescenta o delator. Essa informação foi usada pela Procuradoria-Geral da República para aditar a denúncia contra o presidente da Câmara.
O crédito em voos foi disponibilizado pelo lobista e delator Julio Camargo, que devia US$ 5 milhões em subornopara a Cunha. A propina devida era decorrente da venda de navios-sondas para a Petrobras. O suborno acertado na venda da sonda pelas empresas Samsumg e Mitsui foi de US$ 35 milhões, sempre segundo Baiano.
Por causa da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, Cunha usou R$ 122 mil do valor a que tinha direito, em dez voos realizados entre julho e setembro do ano passado, numa época em que as investigações sobre desvios da Petrobras estavam em curso. Os voos teriam sido interrompidos, segundo a PGR, por causa do avanço da Operação Lava Jato.
OUTRO LADO - O presidente da Câmara negou nesta sexta-feira (16) envolvimento com atos ilícitos e de se disse vítima de perseguição política da PGR (Procurador-Geral da República).