Dos 21 deputados, o colegiado tem sete membros titulares do bloco liderado pelo PT, sendo três petistas Foto: AFP
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, vai definir o comportamento dos petistas que compõem o Conselho de Ética da Câmara no processo disciplinar proposto pelo PSOL e Rede Sustentabilidade contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O colegiado tem sete membros titulares do bloco liderado pelo PT, sendo três petistas. Ao total, o Conselho é composto por 21 deputados.
Por orientação do partido, os três petistas titulares não assinaram o documento de apoio ao requerimento que pede a abertura de processo contra o peemedebista. Até o momento, 48 deputados de sete partidos endossaram o pedido, sendo 34 do PT. A bancada petista é composta por 62 parlamentares. A Câmara tem 513 deputados.
A partir do início do processo no Conselho, com a definição da relatoria, prevista para a próxima semana, Rui Falcão será consultado, revelam os petistas. O discurso oficial é de que a representação será tratada com imparcialidade para que Cunha tenha amplo direito a defesa e acesso ao processo legal.
"Ninguém é culpado até que se prove. O que serve para o PT serve para outros partidos", disse o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), titular do Conselho, criticando os vazamentos seletivos
A cúpula do colegiado foi eleita sem o aval de Cunha e se diz independente do peemedebista. O presidente José Carlos Araújo (PSD-BA) derrotou o candidato de Cunha, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
O vice-presidente do Conselho, deputado Sandro Alex (PPS-PR), afirmou que não existe possibilidade de o trâmite ser postergado "Temos uma obrigação a cumprir com a sociedade e com o Parlamento. O andamento é garantido pelo regimento. O prazo (processual) é de 90 dias e pronto. Vamos cumprir o prazo", avisou.
A percepção dos membros do Conselho ouvidos pelo Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, é de que seria impossível avaliar hoje qual será o comportamento dos membros do colegiado, já que nesta legislatura eles nunca se reuniram.
O processo contra Cunha é o primeiro a ser avaliado entre os investigados na Operação Lava Jato. Um processo desse tipo pode culminar em cassação, mas o resultado, hoje, é imprevisível.