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Aécio Neves volta ao comando do PSDB nacional por dois anos

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 05/07/2015 às 16:22
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Senador recebeu 99,34% dos votos para cumprir mais um mandato na liderança do PSDB / Foto: reprodução/Uol

Senador recebeu 99,34% dos votos para cumprir mais um mandato na liderança do PSDB Foto: reprodução/Uol

O PSDB realiza neste domingo convenção nacional que reconduzirá o senador Aécio Neves à presidência do partido. Os militantes e convencionais do partido estão sendo recebido ao som da banda Afroreagge. O slogan “oposição a favor do Brasil” é usado nos banners, faixas e nas camisetas usadas pelos militantes.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) chegou por volta de 11h30 à convenção do partido. Aécio estava acompanhado de vários caciques tucanos, entre eles o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Foi formado um cordão para que eles pudessem entrar no local do evento. Aécio foi ovacionado pelos militantes que gritavam e se espremiam para tentar fazer imagens com o celular.

Ladeado pelo ex-presidente Fernando Henrique, Aécio fez questão de entrar pelo corredor do salão onde está sendo realizada a convenção. Os dois foram saudados pelos militantes, que gritavam “Aécio, Aécio”. O locutor fez questão de avisar que o governador Alckmin, que não estava com o Aécio no momento em que ele e FHC passaram pelo corredor, também estava presente e que estava subindo no palco.

Esforçando-se para demonstrar unidade e adiar a disputa interna por 2018, Aécio e Alckmin chegaram juntos à convenção, mas foram recebidos por uma guerra de claques. Um grupo gritava “Aécio” e "Minas", enquanto outro gritava “Geraldo presidente” e "São Paulo".

O senador José Serra (PSDB-SP) chegou ao meio-dia. O locutor fez questão de interromper o discurso de Roberto Freire, presidente nacional do PPS que veio prestigiar a convenção, para anunciar a chegada do tucano.

Com pena de 22 anos de prisão pedida pela Procuradoria Geral da República, o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) está no palco da convenção, entre os convidados de honra. Ele renunciou ao mandato de deputado federal no início do ano passado para evitar um desgaste político maior para a pré-campanha presidencial de Aécio. Azeredo foi acusado de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão mineiro. Além de sair dos holofotes, a renúncia de Azeredo funcionou como uma manobra para protelar o processo, que saiu do Supremo Tribunal Federal (STF), com a perda do foro privilegiado, e foi para a primeira instância.

Entre os convidados também está o senador Magno Malta (PR-ES), cujo partido faz parte da base aliada da presidente Dilma Rousseff.

- Sou desobediente. Meu partido é da base do governo, mas eu sou da base do povo - discurso ele.

O evento é marcado por críticas ao governo e ao PT. O deputado Roberto Freire disse que o melhor caminho, segundo ele, é que a chapa de Dilma seja cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral e sejam convocadas novas eleições:

- Precisamos nos preparar para saber o que precisamos fazer, se a pedalada (fiscal) for reconhecida e o TSE rejeitar as contas, que pode dar impeachment. Não é desejo de ninguém, mas a ingovernabilidade crescente talvez aponte esse caminho.

Na entrada, estão sendo distribuídos lenços com a bandeira do Brasil e adesivos com o slogan do evento. Nos discursos, os políticos criticam o governo, a presidente Dilma Rousseff e o PT. Algumas faixas foram penduradas na parede, no final do salão. Pedem a retomada do crescimento e criticam a corrupção.”Santa Catarina quer ver o Brasil investindo”, “Goiânia, a favor do Brasil e contra a corrupção”. O deputado Silvio Torres abriu a convenção.

O partido reelege Aécio em clima de divisão interna. Aécio é apresentado pela maioria dos diretórios como candidato natural à presidência em 2018. Mas, na eleição do diretório estadual do São Paulo, em meados de junho, o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin foi lançado. Serra, que também já foi candidato do partido à presidência, não deixou de lado o sonho de novamente concorrer ao Planalto e, segundo aliados, cogita deixar a legenda e ir para o PMDB.

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