Exames para detectar zika devem chegar aos laboratórios particulares nos próximos 30 dias

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Exames para detectar zika devem chegar aos laboratórios particulares nos próximos 30 dias

Mariana Dantas
Publicado em 01/12/2015 às 20:44
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Para Vera Magalhães, o combate ao Aedes deve ser a maior preocupação Foto: Mariana Dantas/NE10

“Os estudos estão em andamentos e por isso é precipitado atribuir todos os casos de microcefalia somente ao zika. O que sabemos até agora é a relação do zika com a microcefalia, através da comprovação de exames feitos em um feto no Ceará e nos líquidos amnióticos de duas gestantes paraibanas. Ou seja, são apenas três casos, mas podem existir outros fatores que ainda não conhecemos, como a correlação de agentes infecciosos. Vivemos uma tríplice epidemia de dengue, chicungunha e zika, com sintomas parecidos. A coinfecção ainda não está descartada”, afirma Vera Magalhães.

Para a infectologista, a prioridade é combater o mosquito Aedes aegypt. “Pernambuco sofre com epidemia de dengue há mais de 30 anos e agora com chicungunha e zika. Além de uma atuação mais enérgica do poder público, a população precisa entender que tem uma parcela de participação no controle do mosquito. Hoje, 80% dos focos são intradomiciliares”, afirma.

Em relação à imunidade adquirida pela pessoa que já contraiu o zika vírus, Vera Magalhães disse que os pesquisadores ainda não descobriram se essa imunidade é para sempre. “Como a zika e a chicungunha apresentam apenas um sorotipo, acredita-se que uma vez infectada, a pessoa vai se manter imune a eles por um bom período. Porém ainda não sabemos se é para o resto da vida. Já a dengue, apesar de ter quatro sorotipos, a imunidade é irreversível. Ou seja, a pessoa pode ter dengue no máximo quatro vezes ao longo da vida, caso seja infectado por todos os sorotipos”.

EXAMES DE ZIKA NA REDE PÚBLICA – De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, o número de casos suspeitos de microcefalia no Brasil já chega a 1.248. Em Pernambuco, são 646 casos suspeitos e 211 confirmados. Porém, o número de exames realizados para zika ainda é muito baixo. Desde janeiro de 2015 – quando foram identificados os primeiros casos de zika – até o mês de novembro, foram colhidas apenas 273 amostras de 166 pacientes no Estado (segundo dados da Secretaria de Saúde).

As amostras de sangue foram enviadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, e para o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, em Pernambuco. O Portal NE10 entrou em contato com a assessoria do Ministério da Saúde para saber se o número de exames deve ser ampliado na rede pública. A assessoria informou que ainda são realizados em pequena escala em todos o País porque, além do alto custo e da complexidade das análises, até então a zika não era considerada um problema grave de saúde. Após as descobertas recentes, o Ministério estaria reavaliando todas as ações relacionadas com o vírus.
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