Pompoarismo pode ser feito com contrações ou usando equipamentosFoto: divulgação
A fisioterapeuta uroginecológica Aline Lira, que há dez anos atua na área de fortalecimento da vagina, ressalta que além do pompoarismo, há outras duas formas de garantir o fim da flacidez no órgão sexual feminino. “É possível criar estimulação pélvica através da eletroestimulação e de uma ferramenta chamada biofeedback. Nas duas, o fisioterapeuta ajuda a paciente a recrutar fibras que estreitam a vagina”, explicou a especialista.
O público que mais procura os benefícios da “ginástica da vagina” é formado por mulheres com idades entre 35 e 50 anos. Em geral, as pacientes buscam melhorar suas vidas sexuais e garantir mais prazer para o parceiro, entretanto, em conversa com as especialistas, são descobertas disfunções como incontinência urinária e redução do prazer sexual da própria mulher. Os relatos de garantia de mais prazer partem, principalmente, pelo fato de que o canal vaginal fica mais firme (apertado) e as mulheres aprendem a fazer contrações que causam boas sensações ao parceiros.
“Geralmente é uma mulher que indica para a outra. São raros os casos em que um médico sugeriu fazer o exercício pélvico. O pompoarismo ainda sofre muito com a descrença, além do pudor e do preconceito. Quantas mulheres não ficam envergonhadas em buscar esse tratamento? Mas a verdade é que essa técnica traz diversos benefícios”, avaliou Aline Lira.
Exercícios do períneo fortalecem a região genital e aumentam a virilidade da mulherFoto: Getty Images
CULTURA DO PERÍNEO – Antes da popularização do pompoarismo, a primeira opção para corrigir a flacidez vaginal era a perineoplastia, procedimento cirúrgico que visa reconstituir os músculos do períneo, localizado na zona íntima feminina. Além de corrigir a falta de elasticidade – que causa doenças – a perineoplastia também foi amplamente utilizada para “apertar” a vagina e aumentar o prazer sexual da mulher e do parceiro.
No entanto, a uroginecologista Marta Laranjeira alerta que esse procedimento está em desuso. “Antigamente havia uma cirurgia que fazia incisão na musculatura, o que causava muita dor. Hoje esse procedimento é usado apenas para corrigir disfunções fecais ou urinárias. Não é aconselhável realizar essa cirurgia com o foco na vida sexual da paciente”, ponderou a médica.
Apesar dos esforços médicos em evitar esse tipo de cirurgia, a cultura das mulheres é de que a partir do segundo parto normal seja “feito o períneo”. “Muitas pacientes acham que estão folgadas ou frouxas e querem fazer o procedimento porque a mãe fez, a avó fez e ela tem que fazer também. A dificuldade é explicar que o correto agora é fazer os exercícios pélvicos, como o pompoarismo”, destacou a uroginecologista que completa: “A folga na vagina acontece porque a musculatura ficou flácida, como acontece com o músculo do tchauzinho, e o exercício corrige esse problema, além de garantir mais prazer na vida sexual.”