Quando a mentira passa a ser um problema

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Quando a mentira passa a ser um problema

Mariana Dantas
Publicado em 31/03/2015 às 21:52
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/03/31/normal/534418d81eef273811411352442a17ff.jpg Foto: JC


Em 2012, a professora Maria Verônica afirmou que estava grávida de quadrigêmeos e usou um enchimento falso para simular a gravidez - arquivo
O estelionatário Marcelo Nascimento da Rocha foi preso depois aplicar vários golpes pelo Brasil. Sua vida virou filme (Vips) - arquivo
O pintor Henri de Toulouse-Lautrec (sec. XX) foi um grande mentiroso. Seu defeito físico na perna deu origem a expressão “a mentira tem perna curta” - reprodução
Falsificador de cheques, Frank Abagnale Jr. teve sua vida relatada no filme Prenda-me de for capaz, com Leonardo DiCaprio - reprodução
O pai da libanesa Hasnah Mohamed Meselmani coloca cristais nos olhos da menina para fingir que ela "chorava as pedrinhas" - arquivo
Victor Lustig vivia praticando golpes no início do século XX. Ele chegou a vender a Torre Eiffel (Paris/França) duas vezes - reprodução
Holandesa Zilla Van Den Born simulou uma viagem de mais de um mês no Facebook usando Photoshop alegando uma pesquisa acadêmica - Facebook


Outro caso de repercussão nacional foi o da falsa grávida de Taubaté (São Paulo). Em janeiro de 2012, a professora Maria Verônica afirmou que estava grávida de quadrigêmeos e usou um enchimento falso para simular a gestação. Com a história, muitas pessoas chegaram a fazer doações de fraldas e roupas para o enxoval dos bebês. A professora e o marido chegaram a ser processados na Justiça por estelionato, mas a acusação foi arquivada em dezembro de 2014. 

“Para algumas pessoas a mentira tornar-se um recurso tão essencial para as suas vidas que não conseguem parar de mentir, mesmo com suas relações ameaçadas, pois com o tempo as pessoas podem começar a notar as falsas verdades. Podem passar a mentir continuamente até por coisas bobas como dizer que saiu para jantar em tal restaurante quando na verdade ficou em casa”, afirma a psicóloga Priscilla Silva. Segundo ela, caso esta situação esteja trazendo sofrimento a pessoa que mente compulsivamente e/ou as pessoas ao seu redor, é preciso lidar com as questões e conflitos internos. “A psicoterapia de base analítica é indicada, e junto a ela, a depender da singularidade do caso, um acompanhamento de um profissional da psiquiatria.”

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE - O hábito de mentir compulsivamente é conhecido como mitomania e, segundo o psiquiatra Hugo Couto, esse comportamento geralmente está relacionado com algum tipo de transtorno de personalidade. “Existe o mentiroso consciente, que mente para obter um benefício específico. Ele é um antissocial porque não se preocupa com o sofrimento que pode provocar no outro. Há também aqueles que mentem sem a intenção de prejudicar um terceiro, mas pelo fato de não aceitar sua realidade. Em alguns casos passam a acreditar na própria mentira”, explica.

Segundo Hugo Couto, a mitomania geralmente está relacionada com algum tipo de transtorno de personalidadeFoto: Mariana Dantas/Ne10

São vários os transtornos que podem ter como sintoma a mentira compulsiva. Uma pessoa que sofre de Transtorno Bipolar, por exemplo, quando apresenta um quadro de euforia e elevação do humor, é comum criar situações fantasiosas para impressionar alguém. Quem tem Síndrome de Münchhausen pode fingir ou causar em si mesmo lesões ou doenças, através da ingestão excessiva de medicamentos, para chamar a atenção dos profissionais de saúde. Já uma pessoa que sofre de dependência química, quando tem uma recaída e volta a usar drogas, costuma mentir como mecanismo de defesa.

 “Não existe remédio para curar a mentira. Quando a mentira aparece como sintoma de um transtorno de personalidade esse, sim, deve ser tratado”, explica Hugo Couto.
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