
A médica Daniela Endriss fez cabelo e maquiagem no Santa Joana para receber quem foi conhecer o filho recém-nascido Fotos: Felipe Souto Maior/Acervo JC Imagem
“Aqui é uma espécie de Clube da Luluzinha. Os únicos homens que entram são médicos ou os acompanhantes”, decreta Kassandra Figlioulo, enfermeira supervisora do centro obstétrico situado no Memorial Mulher, espaço do Hospital Memorial São José, onde, além da maternidade, há um centro cirúrgico, composto por três salas e 18 apartamentos, todos destinados ao atendimento feminino.
Kassandra não estava exagerando sobre a proibição da entrada de homens na área. Todos os enfermeiros e técnicos de enfermagem são do sexo feminino. “Muitas mulheres têm preferência por serem atendidas por outras mulheres. Há pacientes que se sentem constrangidas, por exemplo, de fazer o asseio com um homem”, justificou. “Elas também ficam mais à vontade para caminhar pelos corredores do hospital de camisola”, acrescenta.
No espaço, são realizadas cirurgias ginecológicas, partos e alguns tipos de diagnósticos na qual é necessária a laparoscopia, técnica cirúrgica pouco invasiva. “Realizamos uma média de 240 procedimentos por mês”, informou Kassandra. No local, ainda há uma sala de ordenha para as pacientes que precisam tirar leite; berçário; UTI neonatal e salão de festas do recém-nascido.
VAIDADE - A mesma filosofia de atendimento é empregada na Unidade da Mulher do Hospital Santa Joana. No espaço, são feitas cirurgias de baixa complexidade, como partos e operação plástica. E, como a vaidade também faz parte do universo feminino, o hospital oferece, além de um secador de cabelo em cada quarto, serviços de cabeleireiro, manicure e maquiagem.

Gerente de Hospitalidade do Santa Joana, Luciana Moura explica que os profissionais recebem treinamento
Homens que desejarem também pode solicitar o serviço que, no entanto, é mais utilizado pelas mulheres. Engana-se, porém, quem pensa que a preocupação com a beleza é algo supérfluo ou um mero capricho. Luciana constata que cuidar do visual acaba ajudando na recuperação. “Ela ocorre de forma mais rápida”, garantiu.
Adepta do serviço, a médica Daniela Endriss não pensou duas vezes em fazer maquiagem e pentear os cabelos para receber a visita de amigos e familiares que foram conhecer o filho recém-nascido Víctor. “Achei excelente a ideia de a gente se arrumar. Assim a gente recepciona os visitantes mais bonita, com cara de mãe feliz”, aprovou Daniela, enquanto a cabeleireira fazia escova no seu cabelo.
Além de receber as visitas no apartamento, as mulheres internadas no Santa Joana têm ainda a alternativa de fazer a recepção na área chamada Vip lounge, um casarão tombado do início do século passado, com serviços de garçom e bufê, localizado dentro da área do hospital. A mãe, no entanto, permanece no quarto, junto com o bebê, e se comunica com os visitantes por meio de videoconferência. Convidados podem ver e falar com a mãe e o bebê por uma grande TV. “O espaço é uma opção para a mãe que acha necessário ficar mais tempo com a criança com tranquilidade”, detalhou Luciana.
Mas não é apenas na internação que elas têm uma área exclusiva. No setor de diagnóstico do Santa Joana, as mulheres também podem fazer exames como ultrassonografia e ecocardiograma sem a presença de pacientes masculinos.
Linha que também vem sendo seguida pelo Real Hospital Português, que está construindo o Espaço Mulher. Com previsão para ser concluído em abril próximo, no local serão realizados exames de ultrassonografia e mamografia. O diferencial serão os equipamentos de última geração. “São cinco aparelhos de ultrassonografia e um mamógrafo digital com tomossíntese, que possibilita diagnósticos de patologias em estágio inicial com mais precisão. A mamografia digital com tomossíntese realiza exames com mais qualidade, menos irradiação, mais conforto, e permite uma avaliação tridimensional da mama”, esclareceu a coordenadora médica do hospital, Ana Claudia Torban.