Oriente Médio

Negociações sobre a Síria adiadas para quinta-feira

Ingrid
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Publicado em 15/02/2017 às 13:19
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As novas negociações são consideradas uma introdução para o encontro de 23 de fevereiro em Genebra, mediado pela ONU, que deve abordar questões políticas, como o destino do presidente sírio Bashar al-Assad. / Foto: George Ourfalian / AFP

As novas negociações são consideradas uma introdução para o encontro de 23 de fevereiro em Genebra, mediado pela ONU, que deve abordar questões políticas, como o destino do presidente sírio Bashar al-Assad. Foto: George Ourfalian / AFP

O Cazaquistão anunciou nesta quarta-feira (15) que as novas  negociações sobre a Síria, que começariam nesta quarta-feira em Astana, com mediação da Rússia, Turquia e Irã, foram adiadas para quinta-feira por "razões técnicas".

O encontro, que deveria abordar apenas questões militares, deve começar às 6H00 GMT (4H00 de Brasília) de quinta-feira, de acordo com o ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão. 

As negociações na capital cazaque acontecem após o primeiro encontro organizado na mesma cidade em janeiro entre representantes do governo e grupos rebeldes sírios. A reunião, no entanto, terminou sem qualquer avanço político importante para solucionar o conflito que deixou mais de 310.000 mortos desde 2011.

As novas negociações são consideradas uma introdução para o encontro de 23 de fevereiro em Genebra, mediado pela ONU, que deve abordar questões políticas, como o destino do presidente sírio Bashar al-Assad.

Esta reunião visa, em primeiro lugar, reforçar o cessar-fogo em vigor desde 30 de novembro e patrocinado por Ancara, que apoia os rebeldes, e Moscou, aliado do regime de Bashar al-Assad.

As autoridades cazaques informaram que convidaram o governo sírio e os grupos rebeldes, mas vários opositores afirmaram à AFP que não receberam o convite. Uma delegação de rebeldes sírios estará presente em Astana, segundo indicaram fontes da oposição.

"Sim, estaremos em Astana como delegação oficial da oposição, liderada por Mohamad Alluche", um líder rebelde, assim como na primeira reunião de janeiro, indicou à AFP Yehya al-Aridi, porta-voz da delegação. "Nos prometeram que haverá um reforço do cessar-fogo, e é por isso que iremos a Astana", explicou.

O cessar-fogo tem sido violado diariamente em várias províncias da Síria. Atualmente, a violência tem se concentrado nas províncias de Deraa (sul), Aleppo (norte) e Hama (centro).

"As violações da trégua continuam com bombardeios aéreos, fogo de artilharia, deslocamentos forçados, a falta de solução para a questão dos prisioneiros e o cerco de 700.000 civis", denunciou Ahmad Ramadan, um dos líderes da Coalizão de Oposição síria no exílio, acusando o regime.

A delegação do regime de Damasco, que será liderada pelo embaixador sírio na ONU, Bashar al-Jaafari, já está em Astana para as novas discussões.

A delegação de especialistas russos em Astana será dirigida por Alexandre Lavrentiev, enviado especial do presidente Vladimir Putin para a Síria. O Irã será representado por seu vice-ministro das Relações Exteriores, Hossein Jaberi Ansari.

O escritório do emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou o envio de uma "equipe técnica". Convidado como observador, a Jordânia enviará "uma delegação de alto nível", enquanto Washington ainda não tomou uma decisão.

As primeiras rodadas de negociações em Genebra e a primeira reunião de Astana terminaram sem avanços concretos para resolver um conflito que já fez mais de 310.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados em quase seis anos.

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