Direitos humanos

Síria diz que relatório da AI é 'completamente falso'

Arlene Carvalho
Arlene Carvalho
Publicado em 08/02/2017 às 8:30
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Em seu relatório, a AI destaca que cerca de 13 mil pessoas fora executadas entre 2011 e 2015 na prisão de Saydnaya, em Damasco, capital da Síria. / Foto: Reprodução/SUZANE DE OLIVEIRA / AMNESTY / AFP

Em seu relatório, a AI destaca que cerca de 13 mil pessoas fora executadas entre 2011 e 2015 na prisão de Saydnaya, em Damasco, capital da Síria. Foto: Reprodução/SUZANE DE OLIVEIRA / AMNESTY / AFP

O regime sírio classificou nesta quarta-feira de "completamente falso" o relatório publicado na véspera pela Anistia Internacional que afirma que 13.000 pessoas foram enforcadas em cinco anos em uma prisão perto de Damasco.

O ministério da Justiça declarou que este relatório é "completamente falso e está destinado a prejudicar a reputação da Síria internacionalmente", segundo a agência de notícias oficial SANA. Em seu relatório, a AI destaca que as pessoas executadas entre 2011 e 2015 na prisão de Saydnaya, ao norte de Damasco, eram em sua maioria civis considerados opositores ao governo do presidente Bashar al-Assad.

A ONG denunciou uma "política de extermínio" e considera que as execuções constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade. "Existem razões para acreditar que esta prática perdura até o dias atuais", segundo a AI. O ministério da Justiça negou que as execuções tenham acontecido de forma arbitrária, já que o processo judicial sírio tem que respeitar "várias etapas".

O documento

Com o título "Matadouro humano: enforcamentos e extermínio em massa na prisão de Saydnaya", o relatório da ONG se baseia em entrevistas com 84 testemunhas, incluindo guardas, detentos e juízes. O relatório foi divulgado duas semanas antes do início de uma nova fase de negociações em Genebra entre o governo e a oposição com mediação da ONU, mais uma tentativa de acabar com uma guerra que deixou mais 310.000 mortos desde 2011.

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