Através de sua conta, Bana al Abed ajudou a descrever o calvário vivido por cerca de 250.000 pessoas cercadas desde julho em Aleppo, sendo submetidas a intensos bombardeios Foto: Twitter Bana al Abed/Reprodução
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"Além disso, o exército se aproximou muito de nosso bairro. Fugimos para outro (bairro) no leste de Aleppo e a família está bem", acrescentou.
"A internet é muito fraca", explicou.
Com a ajuda de sua mãe Fatema, Bana, de 7 anos, começou no dia 23 de setembro a tuitar em inglês durante uma violenta campanha de bombardeios realizada pelo regime de Bashar al-Assad para reconquistar os bairros de Aleppo Oriental nas mãos dos insurgentes desde 2012.
Através da conta @AlabedBana, seguida por 211.000 usuários, e verificada pelo Twitter, Bana e sua mãe escreveram uma série de tuítes, descrevendo o calvário vivido por cerca de 250.000 pessoas cercadas desde julho e submetidas a intensos bombardeios. Os tuítes incluíam fotos e vídeos dos bombardeios, ou de Bana lendo.
No dia 29 de novembro, sua conta tuitou uma fotografia de um prédio muito danificado, com a legenda: "Esta é a nossa casa, minhas amadas bonecas morreram no bombardeio de nossa casa. Estou muito triste, mas feliz por estar viva".
Vários dias depois, Bana escreveu que estava doente: "Não tenho remédios, nem casa, nem água potável. Isso me fará morrer antes mesmo de uma bomba me matar".
Muitos dos tuítes incluíram pedidos de socorro, mas as mensagens ficaram cada vez mais desesperadas no fim de semana.
No domingo, sua mãe provocou a inquietação dos internautas ao tuitar: "Estamos certos de que o exército vai nos capturar agora. Voltaremos a nos ver um dia, querido mundo. Até breve. Fatema".
A conta permaneceu em silêncio por 24 horas, gerando inquietação nas redes, com o lançamento da hashtag #WhereisBana (onde está Bana).
Mas a mãe se manifestou novamente na segunda-feira ao tuitar: "Estamos sendo atacados. Não há para onde ir, a cada minuto a morte espreita. Rezem por nós. Até breve".
O destino de Bana comove milhares de internautas, que veem nela o símbolo do drama dos civis em Aleppo Oriental. A menina atraiu a atenção da autora britânica J.K. Rowling, que ofereceu a ela os livros Harry Potter em versão eletrônica.
Mas os críticos da oposição e dos rebeldes, entre eles o próprio presidente Assad, consideram que se trata de um instrumento de propaganda.
"É um jogo, um jogo de propaganda, um jogo dos meios de comunicação", afirmou Assad em outubro à rede dinamarquesa TV2.