A organização acredita que o grupo extremistas Estado Islâmico (EI) possa ter fabricado por conta própria o gás mostarda utilizado na Síria e no Iraque. Foto: Odd Andersen / AFP
A organização está estudando mais de 20 acusações de utilização de armas químicas na Síria desde agosto, segundo afirmou nesta sexta-feira (18) o diretor-geral da organização, Ahmet Üzümcü, durante uma entrevista exclusiva à AFP.
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O diretor-geral da OPAQ fez estas declarações poucas horas após a adoção pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas de uma resolução que prorroga por um ano o mandato de uma equipe especial de investigadores para determinar a responsabilidade dos ataques químicos na Síria. Esta missão de investigação conjunta (JIM) foi criada em agosto de 2015, pela ONU e OPAQ, com sede em Haia.
A OPAQ está autorizada a apresentar provas da utilização de armas químicas antes que a JIM atribua a responsabilidade por ataques a qualquer dos envolvidos no conflito.
Desde o início de agosto, tem havido uma série de acusações, formuladas tanto pelo governo quanto pelos rebeldes do "uso de cloro e agentes não identificados em Aleppo e no norte da Síria".
Os peritos da OPAQ "coletam informações e as analisam" para determinar "se elas são credíveis ou não para continuar nossas investigações".
O número de tais alegações "é bastante alto, eu contei mais de vinte", acrescentou Üzümcü, ressaltando que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, havia enviado uma nova acusação na quinta-feira.
Após mais de um ano de investigações, os investigadores do JIM já concluíram que o exército sírio havia espalhado por helicóptero gás cloro em três localidades no norte da Síria em 2014 e 2015 e que o grupo Estado Islâmico havia realizado um ataque com gás mostarda em agosto de 2015.
Foi a primeira vez que Damasco foi, assim, diretamente implicado e que unidades do exército sírio foram identificadas como responsáveis por ataques com gás cloro.
Os especialistas da OPAQ "estão tentando triar" as acusações porque não podem analisar toda , assegurou Ahmet Üzümcü em seu escritório em Haia, destacando as dificuldades de investigar em um país em guerra.
Reunido na semana passada em Haia, o Conselho Executivo da OPAQ condenou pela primeira vez a Síria e o EI e apelou a novas inspeções.