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Faça login ou cadastre-seUm padre morreu nesta terça em uma tomada de reféns em uma igreja da França Foto: AFP
"Os criminosos da igreja da Normandia são soldados do Estado Islâmico que realizaram o ataque em reposta a chamados para atacar países da coalizão" internacional que combate o EI no Iraque e na Síria, informou a Amaq, um órgão de propaganda do grupo extremista.
Os agressores foram abatidos ao sair da igreja por membros da Brigada de Busca e Intervenção (BRI), especializada em sequestros, que teriam cercado o templo.
"Pensava que (os atentados) ocorriam apenas nas grandes cidades e que nunca poderiam chegar até nós", reagia, incrédula, Joanna Torrent, funcionária de uma loja de Saint-Etienne-du-Rouvray.
» Confira os atentados terroristas que ocorreram no mundo só em 2016
Três reféns foram libertados sãos e salvos e um quarto, um paroquiano, estava entre a vida e a morte. O padre degolado se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos.
Um dos criminosos (abatidos) "estava fichado pelos serviços antiterroristas", disseram à AFP fontes próximas à investigação.
O indivíduo tentou viajar à Síria em 2015 e, ao voltar à França a partir da Turquia, foi colocado em prisão preventiva, acusado de associação criminosa em relação a uma empresa terrorista. Posteriormente foi libertado com a condição de usar uma pulseira eletrônica.
O papa Francisco expressou "dor e horror" por este "assassinato bárbaro", indicou o Vaticano em um comunicado. "Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus", afirma a nota.
A Casa Branca também condenou "nos termos mais firmes" o ataque e ofereceu sua ajuda na investigação do crime. "França e Estados Unidos têm um compromisso comum de proteger a liberdade religiosa (...) e a violência de hoje não abalará este compromisso", declarou em um comunicado Ned Price, porta-voz da presidência americana.
Esta tomada de reféns ocorre em um contexto de alerta máximo na França, doze dias depois de um atentado em Nice (sudeste), reivindicado pelo EI e que deixou 84 mortos e mais de 300 feridos.
O presidente francês, François Hollande, que se dirigiu imediatamente ao local do crime, condenou este "ataque terrorista vil". "Estamos diante de um grupo, Daesh, que nos declarou guerra. Devemos desenvolver esta guerra, por todos os meios, respeitando o direito, porque estamos em uma democracia", acrescentou.
A procuradoria antiterrorista assumiu imediatamente a investigação e um homem foi detido preventivamente poucas horas depois do ataque.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, expressou seu horror por este "ataque bárbaro contra uma Igreja". "Toda a França e todos os católicos estão feridos. Permaneceremos juntos", escreveu no Twitter.
Valls havia advertido há uma semana que a França deveria se preparar para ser alvo de "outros atentados". Como era esperado, a oposição aproveitou a ocasião para criticar o governo.
"Devemos mudar profundamente a dimensão, a medida, a estratégia de nossas respostas", declarou o ex-presidente e líder da oposição Nicolas Sarkozy, denunciando "uma ação incompleta contra o terrorismo". Além disso, insistiu na iniciativa de criar centros de detenção para os suspeitos de radicalização. "Devemos ser implacáveis", afirmou.
A presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, denunciou no Twitter a "responsabilidade (...) imensa" de "todos os que nos governam há 30 anos".
A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses - 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia 14 de julho - vive afundada no medo de novos ataques.
Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris. Este regime dá à polícia poderes adicionais.
Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca a atacar os líderes "cruzados" ocidentais e o "reino da Cruz".
A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
Após este projeto de atentado, o governo havia anunciado que adaptaria seu dispositivo de luta antiterrorista aos locais de culto católicos.
Cerca de 700 escolas e sinagogas judaicas, assim como entre 1.000 e 2.500 mesquitas, estão protegidas por militares, mas parece difícil aplicar estas mesmas medidas de segurança nas 4.500 igrejas católicas do país.