Atentado deixou pelo menos 84 mortos e vários feridos durante a comemoração do Dia Nacional da França Foto: AFP
Os organizadores da Volta da França decidiram nesta sexta-feira (15) manter a 13ª etapa da prova mais tradicional de ciclismo do mundo, mas sem o caráter festivo e com esquema de segurança reforçado depois do atentado que deixou 84 mortos em Nice.
Cerca de 600 policiais foram mobilizados para esta etapa contra o relógio entre Bourg-Saint-Andéol e la Caverne du Pont-d'Arc, no sul da França, a cerca de 300 quilômetros de Nice.
A caravana publicitária, desfile de carros de patrocinadores que costuma fazer a festa do público antes da chegada dos ciclistas, com música alta e várias atrações, permanecerá em silêncio ao longo de todo o percurso, de 37,5 km.
Um minuto de silêncio foi respeitado no momento da largada do primeiro corredor. Como a etapa é contra o relógio, os ciclistas não largam em massa, mas de forma intervalada. No final da etapa, outro minuto de silêncio será respeitado, com todos os vencedores do dia reunidos no pódio.
"Queremos um dia de competição digno, em homenagem às vítimas", declarou Christian Prudhomme, diretor da prova, antes do início da etapa.
"Estamos saindo de uma reunião de crise com as autoridades locais e as forças de polícia", acrescentou o dirigente, que usava uma faixa preta no braço em sinal de luto.
"A etapa do dia está mantida. Chegamos a nos perguntar se fazia sentido, mas achamos, em comum acordo com as autoridades do Estado, que a corrida precisa continuar. Não podemos ceder às pressões de pessoas que querem que mudemos nosso estilo de vida", completou.
"Todos as vias de acesso ao percurso foram bloqueadas", explicou à AFP Pierre-Yves Thouault, diretor adjunto da prova, ressaltando que o esquema de segurança foi reforçado.
O Estado de Emergência, decretado depois dos atentados de novembro, em Paris, havia sido prorrogado até o dia 26 de julho justamente para reforçar a segurança da Eurocopa (de 10 de junho a 10 de julho) e da Volta da França (2 a 24 de julho). Na madrugada desta sexta-feira, o presidente François Hollande decidiu prorrogar esse Estado de Emergência por mais três meses.