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Estado Islâmico mata 41 militares iemenitas

Emilayne Mayara dos Santos
Emilayne Mayara dos Santos
Publicado em 23/05/2016 às 13:33
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Dois atentados do grupo Estado Islâmico (EI) contra forças do governo do Iêmen e jovens que estavam em uma fila de alistamento mataram pelo menos 41 pessoas / Foto: AFP

Dois atentados do grupo Estado Islâmico (EI) contra forças do governo do Iêmen e jovens que estavam em uma fila de alistamento mataram pelo menos 41 pessoas Foto: AFP

Dois atentados do grupo Estado Islâmico (EI) contra forças do governo do Iêmen e jovens que estavam em uma fila de alistamento mataram pelo menos 41 pessoas nesta segunda-feira (23).

Os ataques contra recrutas do exército e uma base militar em Aden aconteceram menos de 10 dias depois de outros atentados contra as forças que o governo do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, em guerra contra os rebeldes, procura desenvolver para garantir a segurança das áreas sob o seu controle.

Os dois ataques aconteceram no bairro de Khor Maksar, perto do aeroporto internacional de Aden, cujo acesso foi fechado pelas forças de segurança, indicou à AFP o general Nasser Al-Sarei, chefe das forças especiais em Aden.

Na parte da manhã, um suicida ativou seu cinto de explosivos entre dezenas de recrutas reunidos em frente a um escritório de recrutamento em Khor Maksar, matando pelo menos 34 pessoas, explicou.

O ataque ocorreu perto da residência do comandante da base militar Badr, o general Abdallah Soubeihi.

Logo depois, uma forte explosão sacudiu a base militar de Badr, onde "um artefato explosivo foi ativado remotamente e teve como alvo um grupo de soldados", acrescentou.

"Pelo menos sete soldados foram mortos nesta explosão no interior da base", disse à AFP Al-Sarei.

Fontes médicas confirmaram à AFP o saldo de 41 mortes nos dois ataques, reivindicados pelo EI, que afirmou em um comunicado ter atacado o "exército de apóstatas".

CORPOS DESMEMBRADOS - O local do primeiro ataque oferecia cenas de desolação: poças de sangue inundavam o chão e vários pares de sapatos espalhados, refletindo a carnificina e o grande número de vítimas, de acordo com imagens exclusivas transmitidas pela Sky News Arabia, o canal de televisão de Abu Dhabi.

"Foi horrível: corpos foram desmembrados e os pedaços de carne projetados a dezenas de metros", relatou à AFP um residente local.

"Esses jovens vieram preencher as últimas formalidades para o seu recrutamento e seu primeiro soldo", informou, indignado.

No hospital público de Al-Jumhuriya, para onde foram transportadas 32 vítimas, mulheres choravam e expressavam toda sua raiva tão logo reconheciam um parente entre as vítimas, indicou Ramzi al-Fadhli, uma testemunha.

Os ataques reivindicados ou atribuídos a grupos jihadistas contra símbolos do Estado têm-se multiplicado nos últimos meses no sul e sudeste do país, em uma aparente tentativa de entravar os esforços do governo para reconstruir o exército e as forças de segurança.

Em 15 de maio, um suicida ativou seu cinto de explosivos entre dezenas de jovens recrutas da polícia em Mukalla, capital do Hadramaut (sudeste), fazendo 41 mortos e mais de 50 feridos. O ataque foi reivindicado pelo EI.

Em abril, 20 recrutas do exército foram mortos em uma emboscada pelos jihadistas na província de Abyan, próximo a de Hadramout.

E em fevereiro, um ataque reivindicado pelo EI mato u14 pessoas em um centro de treinamento do exército em Aden, grande cidade do sul do país.

Os ataques desta segunda-feira no Iêmen coincidem com os reivindicados pelo EI na Síria, onde mais de 100 pessoas morreram em dois redutos do regime, e com a ofensiva lançada no mesmo dia pelas forças iraquianas para assumir o controle de Fallujah (oeste de Bagdá).

O EI e a Al-Qaeda se aproveitaram da guerra que opõe desde março de 2015 as forças do governo aos rebeldes xiitas huthis, aliados aos partidários do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, para intensificar as suas ações no sul do Iêmen.

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