Combate ao terrorismo

Obama envia outros 250 militares à Síria para lutar contra EI

Ingrid
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Publicado em 25/04/2016 às 13:32
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Obama estima, no entanto, que a solução do conflito sírio passa pela negociação. / Foto: Ronny Hartmann / AFP

Obama estima, no entanto, que a solução do conflito sírio passa pela negociação. Foto: Ronny Hartmann / AFP

O presidente americano, Barack Obama, classificou nesta segunda-feira o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) como "a ameaça mais urgente" para a comunidade internacional e anunciou o envio de 250 soldados adicionais à Síria para combatê-lo.

"Atualmente, a ameaça mais urgente para nossas nações é o EI e esta é a razão pela qual estamos unidos em nossa determinação para destruí-lo", declarou o dirigente, recebido pela chanceler Angela Merkel em Hannover (norte da Alemanha).

"Um pequeno número de integrantes das forças de operações especiais americanas já estão presentes na Síria e suas análises foram essenciais para permitir que as forças locais expulsassem o EI de certas zonas chave", lembrou Obama.

"Levando-se em conta o êxito (desta missão), aprovei a mobilização de mais 250 militares na Síria, incluindo forças especiais", anunciou, informando que "não estarão liderando a luta em terra, mas serão essenciais para fornecer treinamento e ajudar as forças locais" na luta contra o EI.

Obama estima, no entanto, que a solução do conflito sírio passa pela negociação. "Seria um erro" por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido ou de qualquer aliança de países ocidentais "enviar tropas em terra para derrubar o regime de (Bashar) al-Assad", insistiu durante o fim de semana.

A crise síria estará provavelmente entre as questões abordadas na tarde desta segunda-feira em uma mini-cúpula em Hannover na qual participarão, além da chanceler Angela Merkel e de Obama, os chefes de Governo britânico e italiano, David Cameron e Matteo Renzi, assim como o presidente francês, François Hollande.

 

63 CIVIS MORTOS- Na Síria, a violência retornou com força. Ao menos cinco pessoas morreram nesta segunda-feira em um atentado com carro-bomba perto do conhecido mausoléu xiita de Sayeda Zeinab, no sul de Damasco, segundo a agência oficial síria Sana.

Desde sexta-feira, ao menos 63 civis morreram em Aleppo, a antiga capital econômica síria, que vive novamente ao ritmo de ataques aéreos e disparos de morteiros, após semanas de relativa calma pela trégua instaurada por iniciativa dos Estados Unidos e da Rússia e que entrou em vigor no dia 27 de fevereiro.

Aleppo está dividida desde julho de 2012 em zonas controladas pelo regime a oeste e zonas controladas pelos rebeldes a leste.

Na sede dos "capacetes brancos", a defesa civil das zonas rebeldes, as equipes de salvamento estavam esgotadas, segundo um correspondente da AFP.

 

TRÉGUA QUEBRADA- Diante das múltiplas violações da trégua, Obama fez um apelo no domingo para restabelecer o cessar-fogo e indicou que havia conversado com seu colega russo, Vladimir Putin.

"No início da semana passada falei com o presidente (russo) Putin para tentar (...) reinstaurar um cessar-fogo", disse o presidente em Hannover. Um porta-voz da União Europeia convocou os Estados Unidos e a Rússia a "exercer toda a sua influência para terminar com as violações" da trégua.

"Nós podemos fazer pressão, internacionalmente, sobre todas as partes (...) para que se sentem e tentem negociar uma transição", insistiu Obama, citando a Rússia e o Irã - principais apoios do presidente sírio -, assim como a oposição moderada síria.

Mas o diálogo de paz se encontra estancado. Em Genebra, as negociações indiretas entre as partes auspiciadas pela ONU devem continuar até quarta-feira, mas não são esperados muitos avanços após o abandono formal das conversas por parte do Alto Comitê de Negociações (ACN), que exige o restabelecimento da trégua.

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