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Os líderes da União Europeia (UE) chegaram a um esboço sobre um possível acordo para retornar milhares de imigrantes à Turquia e esperam que este acordo possa ser alcançado na reunião da próxima semana, que irá ocorrer no dia 17.
Depois de meses de desentendimentos entre os 28 países da UE, o presidente da França, François Hollande, disse que "a cúpula criou esperança para que a questão dos refugiados possa ser tratada através da solidariedade na Europa e eficiência na cooperação com a Turquia".
Todos os olhos agora se voltam para o dia 17 de março, quando começa a cúpula de dois dias, para
finalizar o compromisso e conquistar um acordo, o qual os líderes esperam que permitiria um retorno à normalidade nas suas fronteiras até o final do ano.
A Turquia disse que estaria disposta a fazer mais esforços para conter a imigração irregular."A verdade é que a Turquia chegou à cúpula com propostas atraentes e eu acredito que surpreendeu a muitos", disse o primeiro-ministro da Grécia, Alex Tsipras.
O presidente da UE, Donald Tusk, disse que depois de uma semana de diplomacia em torno da Turquia, "temos agora um avanço".
Durante 12 horas de negociações, a Turquia insistiu que qualquer acordo teria que exigir da Europa fazer mais avanços para que o país faça parte do bloco, algo que a Turquia tem pedido há mais de 10 anos. Como primeiro passo, a Turquia disse que espera que as nações da UE facilitem o visto de entrada para cidadãos turcos em poucos meses.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse que "temos a base para um avanço, que é a possibilidade de que no futuro todos os imigrantes que chegam na Grécia sejam devolvidos para a Turquia".
Enquanto os líderes seguem animados com um possível acordo, a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) - a Acnur - expressou preocupação sobre um possível acordo entre a UE e a Turquia, incluindo a perspectiva de retorno dos refugiados do bloco para a Turquia.
Segundo o diretor de Europa da Acnur, Vincent Cochetel, a expulsão coletiva de estrangeiros é proibida pela lei internacional.
Em meio a preocupações na Europa sobre a imigração ilegal para o continente, Cochetel disse que estava "cansado de ouvir sobre imigrantes irregulares", porque 91% das pessoas que chegam na Grécia são de países em guerra como o Iraque, Síria e o Afeganistão.
Ele observou que a Turquia tem feito mais para acolher refugiados do que a UE e tem se tornado o "maior país de asilo no mundo". Atualmente, a Turquia abriga 2,75 milhões de refugiados, principalmente da vizinha Síria.