Ajuda financeira

Turquia pede ajuda adicional para diminuir fluxo de refugiados para a Europa

Ingrid
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Publicado em 07/03/2016 às 16:50
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Os 28 chefes de Estado e de governo convidaram para esta cúpula extraordinária o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, de quem esperam muito para conter a crise gerada pela chegada em massa de demandantes de asilo. / Foto: John Thys / AFP

Os 28 chefes de Estado e de governo convidaram para esta cúpula extraordinária o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, de quem esperam muito para conter a crise gerada pela chegada em massa de demandantes de asilo. Foto: John Thys / AFP

Em meio às divisões na União Europeia (UE), a Turquia pediu três bilhões de euros de ajuda extra "até 2018", prometendo, em troca, aumentar drasticamente a sua cooperação na crise migratória para parar o fluxo de migrantes.

Os 28 chefes de Estado e de governo convidaram para esta cúpula extraordinária o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, de quem esperam muito para conter a crise gerada pela chegada em massa de demandantes de asilo, que em 2015 alcançaram o número recorde de 1,25 milhão.

A Turquia se mostrou decidida a fazer valer seus interesses, depositando "uma nova proposta sobre a mesa", anunciou um porta-voz turco, à margem de um "almoço de trabalho" dos 28 com Davutoglu.

De acordo com um diplomata turco, Ancara estaria disposta a acelerar a implementação do acordo de readmissão, que prevê o retorno a partir de 1º de junho de migrantes "econômicos", que seriam, posteriormente, expulsos a seus países de origem. Mas a Turquia poderia estar disposta a ir mais longe ainda.

"O que muda potencialmente o jogo é o compromisso dos turcos de readmitir não só os imigrantes ilegais, mas também os refugiados sírios. Dissemos que a cada sírio que recuperarem, vamos reinstalar um sírio" na UE, trazendo-o diretamente, através de canais legais, a partir do território turco.

Em troca, a Turquia exige um pacote adicional de três bilhões de euros até 2018, além dos três bilhões já prometidos por Bruxelas para promover o acolhimento e integração de 2,7 milhões de refugiados sírios em seu solo.

"Esse dinheiro adicional vai exigir procedimentos orçamentais adicionais. O Parlamento Europeu está pronto para acelerar os procedimentos", indicou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, à margem da cúpula UE-Turquia.

Finalmente, a Turquia espera obter a partir de 1º de junho um regime de isenção de visto para os seus cidadãos e abrir rapidamente as negociações sobre novos capítulos de adesão à UE.

 

ROTA FECHADA?- Os 28 também querem marcar o endurecimento da resposta europeia à crise, dando seu apoio a um projeto de fechamento da chamada rota dos Bálcãs, utilizada por centenas de milhares de migrantes em seu périplo em direção ao norte da Europa.

A cúpula entre a UE e a Turquia começou com o bloco europeu dividido sobre o fechamento da rota dos Bálcãs, por onde passam os refugiados procedentes da Grécia que se dirigem ao norte da Europa.

Sérvia e Macedônia, mas também Áustria, Eslovênia e Croácia, membros da UE, restringem há semanas o trânsito por seus territórios dos solicitantes de asilo, o que a Comissão Europeia classificou de incompatível com a legislação europeia e a Convenção de Genebra.

Esta decisão deixou mais de 30.000 migrantes bloqueados em condições miseráveis na Grécia, 13.000 na fronteira com a Macedônia. "O fluxo de migrantes irregulares pelos Bálcãs ocidentais chega ao fim. Esta rota agora está fechada", é possível ler no projeto de declaração final.

Mas a Alemanha emitiu nesta segunda-feira fortes reservas sobre este ponto, "o que importa é encontrar uma solução duradoura com a Turquia", disse a chanceler Angela Merkel ao chegar à cúpula. Seu porta-voz considerou o fechamento destas fronteiras como uma especulação. Merkel, que renunciou nos últimos meses a sua política de abertura em relação aos refugiados, insiste agora na necessidade de que a fronteira greco-turca seja mais hermética.

Por fim, a UE deve desbloquear rapidamente uma ajuda humanitária inédita de 700 milhões de euros em três anos para os países na linha de frente da crise, principalmente a Grécia. A crise migratória provoca há meses profundas divisões na UE e ameaça um dos pilares mais emblemáticos de sua construção: a livre circulação no espaço sem fronteiras Schengen.

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