Na Turquia, presidente do Conselho Europeu pede mais cooperação na crise de migrantes

https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2016/03/04/normal/2bee9ac3ea71e076500c4d8984c3468f.jpg Foto: JC

Você atingiu o limite de conteúdos que pode acessar.

Na Turquia, presidente do Conselho Europeu pede mais cooperação na crise de migrantes

Pedro Alves
Publicado em 04/03/2016 às 8:48
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2016/03/04/normal/2bee9ac3ea71e076500c4d8984c3468f.jpg Foto: JC


No total, 1.255.600 pessoas pediram proteção internacional em um dos 28 países membros da UE / Foto: AFP

No total, 1.255.600 pessoas pediram proteção internacional em um dos 28 países membros da UE Foto: AFP

O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, abordará nesta sexta-feira (4) em Istambul com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a crise migratória que atinge a Europa, com mais de 1,25 milhão de solicitantes de asilo em 2015. A reunião ocorre três dias antes de uma cúpula crucial em Bruxelas entre a UE e a Turquia que estará centrada nesta crise.

Paralelamente, o presidente francês, François Hollande, recebia na manhã desta sexta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, no Eliseu para tentar encontrar juntos soluções à pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 130.000 migrantes chegaram à Europa desde janeiro, segundo números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Mais de 1,25 milhão de pessoas, principalmente sírios, afegãos e iraquianos, pediram asilo nos países da União Europeia (UE) em 2015, anunciou nesta sexta-feira (4) o escritório europeu de estatísticas Eurostat. O número, que marca um recorde, se multiplicou por mais de dois em relação a 2014 (+123%), disse o Eurostat em um comunicado.

No total, 1.255.600 pessoas pediram proteção internacional em um dos 28 países membros da UE, 35% delas na Alemanha. Tusk, que realiza um giro regional pelos países na linha de frente da crise, exigiu na quinta-feira a partir de Atenas novas medidas para frear o fluxo migratório e solicitou aos migrantes econômicos que não se dirijam à Europa.

"Quero lançar um apelo a todos os migrantes econômicos ilegais potenciais, de onde forem. Não venham à Europa. Não acreditem nos traficantes. Não coloquem em risco suas vidas e seu dinheiro. Tudo isso não servirá de nada", disse. O presidente do Conselho também declarou que as regras do espaço Schengen, a zona de livre circulação transfronteiriça europeia, devem voltar a ser aplicadas. 

O comissário europeu de Imigração, Dimitris Avramopoulos, apresentará nesta sexta-feira um mapa do caminho para restaurar a livre circulação na Europa. Alguns países europeus impuseram nas últimas semanas, de forma unilateral, controles em suas fronteiras para conter a entrada de migrantes.

Tusk aproveitou uma reunião na quinta-feira com o primeiro-ministro turco, Ahmed Davutoglu, para afirmar que o fluxo migratório continua sendo "alto demais". "É necessário tomar novas medidas", estimou o funcionário europeu, que sugeriu a criação de um "mecanismo rápido e em grande escala destinado a expulsar os migrantes irregulares que chegam à Grécia".

A Grécia se converteu no principal porto de chegada de migrantes à Europa.

SOLIDARIEDADE - A Turquia disse na quarta-feira estar disposta a assinar com 14 países um acordo de readmissão em seu território de migrantes clandestinos.

Assinou em novembro com a UE um acordo no qual se comprometia a frear o fluxo de migrantes em troca de uma ajuda de 3 bilhões de euros e uma aceleração de seu processo de adesão ao bloco europeu. Mas este acordo não trouxe os resultados esperados.

Davutoglu, cujo país acolhe 2,7 milhões de refugiados sírios, reiterou na quinta-feira que seu país está determinado a "fazer tudo o que for necessário" para conter esta crise.

Tusk também criticou na quinta-feira as decisões unilaterais tomadas por alguns países da UE que impuseram quotas de entrada aos seus territórios que - disse - "prejudicam o espírito europeu de solidariedade".

O fechamento parcial das fronteiras nos países da rota dos Bálcãs, tomada pelos refugiados que desejam chegar aos países do norte da Europa, deixou milhares de migrantes bloqueados na Grécia.
TAGS
notícia
últimas
Mais Lidas
Webstory