Um carro bomba explodiu nesta terça-feira próximo de um clube da polícia e de uma feira em Damasco, capital da Síria, matando ao menos dez pessoas, segundo informações da agência oficial de notícias Sana. Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização oposicionista com base no Reino Unido, informou que a explosão matou oito policiais e feriu 20 pessoas. A autoria do ataque não foi informada.
O incidente ocorre um dia após a organização Human Rights Watch ter divulgado relatório denunciando o uso de bombas de fragmentação (artefato explosivo que libera fragmentos pequenos e causa grande número de vítimas) por forças armadas dos governos sírio e russo na Síria. Segundo a organização, os ataques vêm sendo realizados diariamente em cinco províncias do país desde o dia 26 de janeiro e já provocaram a morte de 37 pessoas, incluindo seis mulheres e nove crianças.
Noventa e oito países são signatários da convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação, mas Síria, Rússia, Estados Unidos, China e Israel ainda não assinaram o acordo.
Tropas sírias têm promovido uma ofensiva nas últimas semanas sobre a província de Alepo, no norte da Síria, com o apoio de ataques aéreos russos, para retomar áreas controladas por rebeldes. Na semana passada, o exército sírio conseguiu interromper um cerco de três anos imposto nas vilas xiitas de Nubul e Zaha, também em Alepo. De acordo com a Human Rights Watch, alguns dos recentes ataques utilizando bombas de fragmentação foram realizados nas duas vilas.
Ativistas da oposição têm denunciado, ainda, que forças militares da Rússia vêm usando a munição desde o começo de sua campanha aérea na Síria, no final de setembro do ano passado.