Ex-presidente da Argentina

Cristina Kirchner foi alvo de 419 denúncias de corrupção desde 2003

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 04/01/2016 às 23:17
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Kirchnerismo foi atingido por mais de 2.100 acusações de 2003 a 2015 / Foto: AFP

Kirchnerismo foi atingido por mais de 2.100 acusações de 2003 a 2015 Foto: AFP

Entre 2003 e 2015, período em que Néstor e Cristina Kirchner governaram a Argentina, somente na capital do país foram apresentadas 2.160 denúncias de corrupção envolvendo funcionários de ambos os governos. A informação foi revelada pela Câmara Federal portenha, que elaborou uma lista dos acusados, entre eles a própria ex-presidente Cristina Kirchner, que está em primeiro lugar, com 419 denúncias.

Seu marido e antecessor, falecido em outubro de 2010, vítima de um ataque cardíaco, também está entre os mais acusados, com 193 denúncias. Já o ex-vice presidente Amado Boudou, processado por corrupção, teve 117. A relação de ex-funcionários kirchneristas que estão sendo investigados por suposta corrupção inclui, ainda, o ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido; o ex-chefe de gabinete, Aníbal Fernández; a ex-ministra da Defesa, Nilda Garré; o ex-vice presidente e ex-governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli e o ex-secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.

Alguns dos casos em que aparece o nome da ex-presidente são sobre supostas operações de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e negociações secretas com o governo do Irã para acobertar funcionários iranianos acusados de terem participado do atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em julho de 1994, que matou 85 pessoas. Esta denúncia foi apresentada pelo promotor federal Alberto Nisman, poucos dias antes de ser encontrado morto no banheiro de seu apartamento, em 18 de janeiro passado.

Até o momento, Cristina não foi processada por nenhuma das denúncias. Mas, segundo informações publicadas pela imprensa local, poderia enfrentar sérios problemas nos casos sobre suposta lavagem de dinheiro através da sociedade Hotesur, que administra hotéis de luxo da ex-família presidencial na província de Santa Cruz, e negociações secretas com o Irã.

O governo do presidente Mauricio Macri pretende dar forte impulso aos processos judiciais sobre corrupção. Para isso, foi designada como diretora da Oficina Anticorrupção (OA) a ex-deputada Laura Alonso, uma das mais combativas congressistas da oposição nos últimos anos.

Um de seus primeiros objetivos é reforçar a OA que, segundo ela, “foi desmantelada durante o kirchnerismo”.

"A OA não tem dados sobre casos de corrupção durante o kirchnerismo", lamentou Laura.

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