Paris

Cinco dias após ataques de Paris, polícia desmonta célula terrorista

Ingrid
Ingrid
Publicado em 18/11/2015 às 18:05
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A célula que organizou os atentados de 13 de novembro em Paris parece mais extensa do que se pensava.  / Foto: AFP

A célula que organizou os atentados de 13 de novembro em Paris parece mais extensa do que se pensava. Foto: AFP

O homem suspeito de planejar os atentados na capital francesa, o jihadista belga Abdelhamid Abaaoud, teria ficado escondido com vários cúmplices no apartamento de Saint-Denis, região metropolitana de Paris, invadido pela Polícia nesta quarta-feira. A célula que organizou os atentados de 13 de novembro em Paris parece mais extensa do que se pensava. De acordo com investigadores, seus integrantes agiram de forma coordenada, e sua origem remonta à Síria.

QUEM ESTAVA NO APARTAMENTO DE SAINT-DENIS?- Um grupo de policiais de elite lançou, às 4h20 (1h20 no horário de Brasília), uma operação de assalto a um apartamento em um prédio no centro de Saint-Denis, ao norte de Paris. Segundo informações preliminares, pelo menos cinco pessoas estariam no local. Uma suicida que ativou um cinturão de explosivos no início da batida policial seria parente de Abaaoud. Outra pessoa morreu na operação, e três ocupantes do apartamento estão em prisão preventiva.

O alvo da operação era Abaaoud, considerado o cérebro dos atentados. Os investigadores vigiavam seus familiares, o que levou os policiais até Saint-Denis, relatou uma fonte da Polícia. Os agentes prenderam outras quatro pessoas em diferentes lugares de Saint-Denis, entre eles um homem que pode ser o proprietário do imóvel invadido pela tropa de elite.

 

AINDA HÁ SUSPEITOS FORAGIDOS?-Três dos seis suicidas do Stade de France e da casa de shows Bataclan foram identificados. Brahim Abdeslam, de 31 anos, o sétimo suicida, participou dos tiroteios contra bares e restaurantes no leste da capital, assim como seu irmão, Salah Abdeslam, de 26 anos. Ainda não se sabe se este último morreu, foi preso em Saint-Denis, ou se continua foragido. Tampouco se tem a informação do que aconteceu com o terceiro ocupante do Seat Leon usado pelo comando. Visível em imagens de câmeras de segurança, o jihadista ainda não foi identificado.

Na Bélgica, a Justiça acusou Mohammed Amri, de 27 anos, e Hamza Attou, de 21, por "atentado terrorista", devido à sua ligação com os ataques em Paris. Ambos alegam que apenas ajudaram Salah Abdeslam a fugir, depois que este último lhes telefonou pedindo ajuda. Os três foram parados em pontos de controles instalados pela Polícia no nordeste da França, um dia depois dos ataques, quando viajavam na estrada que liga Paris e Bruxelas.

 

PRIMEIRO SUICIDA DO STADE DE FRANCE - Ao lado do primeiro homem que se autodetonou no Stade de France, no portão D, por volta de 21h20 (18h20 em Brasília), foi encontrado um passaporte sírio em nome de Ahmad al-Mohamad. Essa ligação entre o suicida e o passaporte ainda não está confirmada. Graças às impressões digitais, sabe-se que o suicida passou pela Grécia, no início de outubro, misturado aos imigrantes que fogem da Síria. Na terça-feira, a Polícia pediu a colaboração da população para identificá-lo.

 

SÍRIA- A hipótese de um ataque preparado na Síria ganha força. Além do suicida que passou pela Grécia, dois homens que estavam no Bataclan - Omar Ismail Mostefai, de 29, e Samy Amimour, de 28 - e o suicida do Stade de France, Bilal Hadfi, de 20, viveram no país árabe.

Também é provável que os irmãos Abdeslam tenham estado na Síria, de acordo com uma fonte ligada à investigação. Um porta-voz da Procuradoria belga garantiu, porém, que Brahim tentou viajar para o país apenas em janeiro de 2015 e que não conseguiu, ao ser interceptado pelas autoridades turcas.

 

COMO OS ATAQUES FORAM COORDENADOS? - Segundo uma fonte da investigação, os jihadistas se comunicaram antes dos ataques. O portal de notícias francês Mediapart relata que, em um dos celulares encontrados perto do Bataclan, os investigadores havia um torpedo sobre o início dos ataques.

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