Londres

Polícia britânica insiste que Assange vai ser detido se deixar embaixada

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 15/10/2015 às 15:45
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A polícia britânica reafirmou nesta quinta-feira que sua posição não mudou e que Julian Assange será detido caso saia da embaixada equatoriana em Londres, depois que Quito pediu que o deixassem ir a um hospital.

"De modo algum as autoridades britânicas impedirão que Assange receba cuidados médicos. Deixamos isso claro para o governo do Equador", afirmou uma porta-voz da chancelaria, sem mais detalhes.

No entanto, quando a AFP perguntou à polícia se o criador do site WikiLeaks seria preso se saísse da embaixada, foi emitido um comunicado em 12 de outubro, que afirmava que a os policiais "continuavam comprometidos em executar a ordem de prisão contra Assange".

Na véspera, o governo britânico rejeitou o pedido do Equador de dar um "salvo-conduto especial" para que Assange pudesse se submeter a exames médicos devido a uma forte dor no ombro direito, informou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.

"A resposta que recebemos do Reino Unido é que pode sair da embaixada a qualquer momento por qualquer assistência médica que possa necessitar, mas a ordem europeia de detenção se mantém para o senhor Assange. Ou seja, pode sair, mas vamos prendê-lo", acrescentou Patiño.

Assange, que recebeu asilo do Equador e é exigido como suspeito de vários crimes sexuais na Suécia, está refugiado desde junho de 2012 na legação equatoriana em Londres.

O australiano teme que, uma vez na Suécia, seja extraditado aos Estados Unidos pela publicação de centenas de milhares de documentos confidenciais do governo americano através do WikiLeaks.

Na segunda-feira, a polícia britânica abandonou a vigilância constante da embaixada dos últimos três anos, mas mantém sua intenção de deter Assange se ele deixar o local.

O preço da vigilância constante foi até agora de 12,6 milhões de libras (19,3 milhões de dólares) e 17 milhões de euros), segundo o WikiLeaks.

A Suécia espera concretizar até o fim do ano um acordo judicial de cooperação com o Equador, que permitiria que a justiça sueca interrogue Assange na embaixada equatoriana.

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